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ATÉ O TALO: ENTRE SAPOS E JERIMUNS, por João Maria Ludugero


Zefinha tem um sorriso doce.
Ela vê poesia até 
no talo das hortaliças.
Não faz corpo mole na lida,
pega cedo no pote, na rodilha. 
Vai até o salobro rio Joca 
apanhar água na cacimba. 
Antes toma banho de cuia, 
Despe sua alma de flor 
ao sol do dia de domingo. 
Ensaboa-se enquanto chupa canapu. 
Sua pele da cor do pecado 
bronzeia a cor do dia, ávida. 
Sua boca pura pimenta-carmim. 
Logo fico doido, doidinho 
só pra furtar seu olhar... sua atenção, 
mas ela me rouba a cena, faceira. 
Eu só volto pra casa, contente 
pro resto da semana, na mão 
levando as sobras dos jerimuns. 
Se falo, ela faz tchimbum 
no rio das jias e caçotes... 
E a sagaz perereca 
abre a boca afoita 
e engole até o talo, de súbito,  
a coaxar no riachão.
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João Maria Ludugero

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