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CUECÃO, por João Maria Ludugero


Uns nascem pra ser o que são
Outros não se conformam não
Há bicudos que se beijam,
Uns descalços, outros tesão

seja por pés, sandálias ou sapatão.

Careca que quer fazer trança, arrepiar,
imberbe que quer barba de molho
Uns gostam de flores, outros botão;
Uns sisudos, trombudas carrancas,

Caras de tachos-de-cu-doce, bocas-de-pia-batismal.
Alguns preferem ficar sem partido, só na saliva,
feitos Marias-vão-com-as-outras 
lá pra casa de mãe Joana.
Não saem de cima do muro, às turras,
não sabem se viram alas de bacurau 

ou se se aceitam como corujão...

Há quem fique só na mira, apolítico, 

a balançar os brincos de falsos brilhantes,

com cara de paisagem, a ver navios ou
na esperança de ver o trem passar ao léu. 

Mas se as pessoas são como são
elas fascinam as pessoas que
não são como realmente são,
pois os sujeitos que são como
são já são atinados pelo jeito 
que são e pelo lado em questão,
de todos os lados, a tocar em qualquer banda.
Há quem não deixe passar em vão nem
a alegria de dormir peladão, de conchinha,
ou só de cuecão de algodão, samba-canção,
com uma mão no bolso e outra na meia furada.
Se a mão é tua, se a língua é tua, acerte na veia, mexa-se,
faça bom proveito, enfie o dedão no nariz quanto quiser
ou no fiofó de quem mais se interessar em meter 
o bedelho na vida alheia.
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João Maria Ludugero

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