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(Foto: Ricardo Araújo/G1) |
Para a dona de casa Eucivânia Cunha, de 27 anos, seria apenas mais uma
gravidez. Entretanto, na 11ª semana de gestação, a surpresa: "O médico
fez minha ultrassonografia, perguntou se eu já era mãe e me disse que eu
estava grávida de gêmeos. Ele me disse que eu estava numa gestação
gemelar com os gêmeos colados", relembrou Eucivânia contemplando Ana
Clara e Any Vitória, as meninas que nasceram unidas pelo cóccix (região
glútea).
De acordo com o neurocirurgião Angelo Silva Neto, que acompanhou a
gestação de Eucivânia e o nascimento de Ana Clara e Any Vitória, este é
um caso raro. É, segundo o médico, possivelmente, o primeiro no Brasil
cujos gêmeos são unidos pela região glútea. "Os bebês serão submetidos a
um procedimento cirúrgico para separação corporal", disse ele.
"O caso dos gêmeos pigópagos, que são aqueles ligados pela superfície
póstero-lateral da região sacro-coccigeana, é raríssimo. Geralmente
ocorre um caso de gêmeos siameses a cada 200 mil nascimentos. Em relação
aos pigópagos, eles se resumem a 20% dos casos de siameses. Ou seja, é a
raridade da raridade", esclareceu o neurocirurgião.
Nascidas no dia 12 deste mês em um hospital da rede privada de Natal,
as meninas se desenvolvem dentro do que é considerado normal pela
equipe médica que as acompanha. Elas amamentam como os demais bebês, tem
órgãos internos e membros superiores e inferiores independentes,
respondem a estímulos, não aparentam retardo mental e emitem sons comuns
aos recém-nascidos.
A diferença é que, em decorrência da união coccigeana, elas
compartilham o mesmo ânus. A união corporal de Ana Clara e Any Vitória
ocorreu no final da coluna vertebral, o que reduz os riscos de sérios
danos ao desenvolvimento das recém-nascidas. "Os riscos são menores pois
elas não estão ligadas pela médula. Poderão ficar sequelas, quando da
separação dos corpos, pois há a comunhão de alguns nervos. Entretanto,
elas poderão ter vida normal após a cirurgia", esclareceu Angelo Silva
Neto.
Apesar dos riscos do procedimento cirúrgico, os pais de Ana Clara e Any
Vitória decidiram que as filhas serão operadas. "Fiquei assustada no
início, mas entreguei a Deus", ressaltou Eucivânia Cunha. O
neurocirurgião confirmou que está orientando os pais das gêmeas e a
cirurgia para separação dos corpos não ocorrerá num curto intervalo de
tempo. É preciso que as meninas completem pelo menos nove meses de vida,
fortaleçam o organismo e multipliquem hemoglobinas para passarem pelo
procedimento cirúrgico.
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