Já penso em dezembro, depois de sair
num dia de sol de verão, sem cansaço,
o que me apetece a arrumar a vida.
Apetece-me pensar nos cajueiros
em flor do Itapacurá,
no carrego das mangueiras dos ariscos,
nas pitombas outra vez, recomeçar teimoso
a sentir o vapor das horas
que orvalha a tarde amena
da minha terra, lá regressar
só para mergulhar
no retiro de Seu Olival,
cimentar a certeza
de que melhores dias virão.
Apetece-me regressar acolá,
preparar as achas
para acender o fogo de lenha,
abrir as tramelas das janelas,
calçar nada, passar sebo nas canelas
e moleque disparar pelas capoeiras
até chegar ao açude do Calango,
antes do sol nele se deitar.
Em dezembro já há um gosto de cajus doces,
amarelos e encarnados, na minha boca
e por isso não me importo
que o vapor se desprenda do riachão,
ganhe a aragem da tarde amena,
trazendo à tona os cheiros
e ruídos da minha Várzea das Acácias.
Post A Comment:
0 comments:
OS COMENTÁRIOS POSTADOS AQUI SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR DO COMENTÁRIO.
PARA FAZER COMENTÁRIOS NO VNT:
Respeitar o outro, não conter insultos, agressões, ofensas e baixarias, caso contrário não serão aceitos.
Não usar nomes de terceiros para emitir opiniões, o uso indevido configura crime de falsidade ideológica.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.