Procon quer suspender venda de novos chips no RN até melhorias na telefonia

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O consumidor brasileiro paga uma das tarifas mais altas do mundo para a telefonia móvel. Isso é fato, da mesma forma que é fato, também, o péssimo serviço oferecido pelas empresas do setor, sempre entre aquelas que recebem o maior número de reclamações nos órgãos de fiscalização. Por isso, diante desses dois fatos, é que o Procon RN pretende suspender a venda de novos chips no Estado até que as empresas, ao menos, apresentem planos para melhorar a prestação desses serviços.

A informação foi confirmada pelo coordenador-geral do Procon, o ex-vereador de Natal, Ney Lopes Júnior. Segundo ele, o consumidor não pode ficar no meio de uma “briga” entre empresas e poder público, como estão atualmente. “O consumidor não tem o retorno de um serviço que ele está pagando. Isso é um problema das empresas com o poder público. O consumidor não pode continuar no meio”, analisou o coordenador geral do órgão.

O problema entre poder público e empresas seria a demora na concessão de licenças ambientais para se erguer novas antenas no Estado. Algumas licenças, segundo Ney Lopes Júnior, chegam a custar R$ 200 mil.

“As empresas alegam que não tem um bom serviço, ou seja, já confessam que não têm – o que é obvio – mas justificando isso dizendo que os órgãos públicos retardam na liberação de licenças para novas antenas. Mas o consumidor não tem nada com isso. Eles já pagam a maior tarifa do mundo para esse serviço”, ressaltou Ney Lopes Júnior.

É importante lembrar que essa situação de proibir a venda do chip de uma operadora no Estado não chega a ser inédito. Em 2011, a Justiça Federal já suspendeu a venda de chips da TIM até que fosse apresentado um plano de crescimento da operadora no RN. Naquela época, a TIM havia crescido de forma desordenada, resultado de uma promoção feita por ela, e não estava conseguido atender a todos. Quedas da ligação ou indisponibilidades eram comuns.

“Eram” não, ainda são, segundo Ney Lopes Júnior. “As pessoas até se acostumaram com o péssimo atendimento que recebem. Chegam até ao cumulo de dizer que ‘depois das 20h eu te ligo porque até as 19h meu celular não funciona’”, relatou o coordenador-geral.