Quem vê os grandes atletas hoje em dia, reconhecidos no mundo todo, com
seus patrocínios milionários, pode pensar que a vida de quem vive nesse
meio, não tem complicações e que as coisas são mais fáceis. Mas, basta
olhar mais de perto para saber que poucos são aqueles que conseguem
patrocínios para viver apenas do esporte. Muitos, por falta de
investimentos, acabam desistindo no meio do caminho e alguns outros,
abrem mão da sua nacionalidade ou da sua naturalidade, para defender
outros países ou Estados, por questões financeiras.
No Rio Grande do Norte, a situação não é diferente. Vários são os
atletas que acabam optando por representar outros Estados nas
competições nacionais, pelo simples fato de, em outros locais, eles
possam ter a estrutura e investimentos necessários para crescer na
carreira e tentar alçar vôos maiores, como disputar um Mundial ou os
Jogos Olímpicos.
O exemplo de Luiz Victor mostra bem essa situação. Desde os sete anos
que ele pratica karatê e, com muitas dificuldades, conseguiu chegar até a
seleção brasileira. Durante essa caminhada, vários problemas tiveram
que ser suplantados para que Victor atingisse o auge da carreira e o
pior deles foi o desânimo, que culminou no abandono do esporte, quando
tinha 16 anos. “Esse momento foi muito difícil. Minha vida sempre foi
voltada para o esporte, para o karatê e vi que não tinha investimentos e
nenhum incentivo para continuar praticando. Por isso decide abandonar o
karatê. Fiquei quase três anos sem competir”, relembra Victor.
Depois
desse hiato longe do esporte, ele decidiu retornar, já na categoria
adulto, buscando seguir seus objetivos e alcançar suas metas. Em toda
sua carreira, são mais de 150 títulos: Tetra campeão brasileiro
individual, bi campeão brasileiro de equipes por Santa Catarina, campeão
brasileiro universitário, campeão internacional Arnold Classic, campeão
dos jogos abertos de São Paulo e de Santa Catarina, tetra campeão
nordeste, 11 vezes campeão estadual, hexa campeão dos Jern´s e tri
atleta ouro.
Tirando as conquistas locais, como os Jogos
Escolares do Rio Grande do Norte e os 11 títulos estaduais, todos as
outras conquistas foram defendendo a bandeira de outros Estados, mais
precisamente, Santa Catarina e São Paulo. Ele defende a cidade de
Piracicaba, no interior paulista e também a de Itajaí, município
catarinense.
“Graças ao meu talento, cheguei ao ápice de onde
poderia chegar no esporte dentro do Brasil, já que Santa Catarina e São
Paulo são os melhores no karatê brasileiro e posso viver disso. Mas, em
compensação, é complicado ter que defender outro estado, quando poderia
estar defendendo o meu, que, infelizmente, não investe nos atletas”,
desabafa Victor.
Além defender as cores de outra bandeira
estadual por falta de incentivo, Luiz Victor tem que enfrentar, também,
as críticas de ex-atletas que criticaram sua decisão de defender Santa
Catarina. “Eu vejo e escuto muitos ex-atletas que falam de mim, por
defender outro estado, mas, foi a oportunidade que surgiu para mim e não
poderia deixar a aproveitar, como estou fazendo. Infelizmente, acho que
na época deles, eles não tiveram essa chance. Tenho certeza de que se
tivessem tido, fariam a mesma coisa que eu”, rebate.
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