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Quase 3 meses após rebelião, presos continuam soltos em cadeia de Natal

No VNT do G1 RN - 03/06/2015
Do alto da guarita desativada, é possível ver que os presos estão soltos na quadra (Foto: Anderson Barbosa/G1)
No papel, a capacidade é para 160 presos. Porém, a realidade na Cadeia Pública de Natal é outra. Hoje, quase três meses após a onda de rebeliões que deixou o sistema penitenciário potiguar em estado de calamidade, a unidade tornou-se área livre para a circulação de centenas de detentos. Atualmente, são 450. A superlotação é apenas um dos muitos problemas vistos na manhã desta quarta-feira (3) pelo juiz Henrique Baltazar, titular da Vara de Execuções Penais da capital potiguar. O magistrado, inclusive, afirmou que a cadeia deve ser impedida de receber novos detentos. Só não revelou quando. 

Matéria foram feitas com exclusividade pelo G1  que ao lado do magistrado acompanhou a inspeção feita nesta manhã. A gravidade da situação é escancarada. Do lado de fora já é possível ver que a coisa é crítica. Uma das quatro guaritas teve os vidros destruídos a pedradas durante os motins. Desde então, continua desativada. Não há policial, guarda ou agente que se atreva a subir. “Os presos jogam pedras. É perigoso”, confirma o agente penitenciário Ivis Ferreira, vice-diretor da unidade.

Atualmente, a Cadeia Pública de Natal possui um número três vezes maior que a capacidade. Sem grades nas celas, todas arrancadas durante a quebradeira, mais de 400 homens perambulam pelas quadras e refeitórios. Outros 50, por problemas de convivência, permanecem trancafiados. Dezessete deles estão em celas improvisadas, carceragens chamadas de ‘chapa’. Nelas estão presos tachados de ‘amigos da polícia’, ‘rivais’ e ‘caguetas’. Como não podem se misturar com os demais, não tomam banho de sol. Sem lâmpadas, o isolamento é escuro. E sem ventiladores, o local fica quente.

“Nosso maior problema aqui é a superlotação. É um problema que acarreta outros problemas. Temos presos doentes, presos que não convivem com outros presos, presos já sentenciados. E tudo isso vai gerando estresse. As grades estão todas arrancadas e os presos todos soltos com constantes tentativas de fugas”, enumerou o vice-diretor.

“O uso de celulares e drogas é coisa comum aqui dentro. Com a superlotação, os quatro agentes que temos trabalhando na escala de serviço não são suficientes para dar conta da situação”, admitiu Ivis. O G1 também teve acesso a um vídeo, gravado pelos próprios agentes, que mostra um preso usando um celular em meio à quadra de um dos pavilhões da unidade. Nas imagens, é possível ver um detento com um telefone. Ele atravessa toda a quadra com o aparelho no ouvido. O agente que fez o vídeo diz: "aqui é assim, no presídio provisório. É preso com celular a vontade. E alí tem bem uns quatro, cinco celulares debaixo daquela tendazinha alí, ok?", narrou.
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