No VNT do O Dia - 09/08/2015
Em vídeo publicado na madrugada deste domingo, a modelo e atriz Viviany Beleboni denuncia ter sido esfaqueada, no final da noite deste sábado, na região central de São Paulo. Viviany, que ficou nacionalmente conhecida ao simbolizar a crucificação na última Parada LGBT paulista, contou que estava a caminho de casa, na Bela Vista, quando foi abordada e espancada por dois homens que , segundo ela, se identificaram como sendo “da igreja”.
Muito emocionada, ela conversou na manhã deste domingo com o BLOG LGBT. Segundo a atriz, além das graves agressões físicas, ela ainda foi agredida verbalmente , chamada de demônio.
Ela conta que os dois só pararam quando ela começou a gritar e se debater. “Eu tive que fazer um escândalo para eles pararem. Gritei que também sabia bater, que também era homem e tentei revidar. Foi aí que eles pararam e correram”.
Ao chegar em casa e se olhar no espelho, Viviany entrou em desespero vendo o rosto com hematomas e cortes. “Eu prezo tanto meu rosto, é com ele que eu trabalho, meu nariz tá inchado, meu rosto cortado. Como pode tanta maldade? São pessoas ruins que querem que a gente sofra, que a gente fique na rua, ganhando R$ 50, R$ 100 com prostituição, que passe fome, necessidade”, desabafou.
Por não acreditar na atuação da polícia, ela diz que não fará um registro da ocorrência na delegacia. “Pra quê ? Pra ser vítima de chacota? Pra ficar três horas aguardando ser atendida e ser chamada pelo nome masculino de propósito? Os delegados te olham com cara de cu. Acham que a travesti é sempre a culpada. Não há respeito”.
Ao vir crucificada na Parada do Orgulho LGBT, ela disse que, com o gesto, representava a dor de travestis e transexuais agredidos e mortos em todo o Brasil. Desde o protesto, mergulhou em estado depressivo em razão da polêmica e das ameaças de morte que recebeu. Viviany disse que tentava voltar a levar uma vida normal, mas teme não ter forças para se reerguer depois do episódio deste sábado.
“Eu estou tomando três antidepressivos desde que comecei a ser ameaçada de morte. Eu não consigo trabalhar, não consigo fazer os eventos, quase não saio de casa. Minha vida virou um inferno. Eu espero que as pessoas agora entendam o que eu queria dizer quando fiquei três horas crucificada embaixo de sol forte. É desse sofrimento, dessa violência que a gente que é travesti está exposta diariamente.Paz é uma coisa que não se compra e a minha fui roubada. Toda hora eu acho que vou morrer. Penso em me matar. Eu não aguento mais”.
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