Autor: João Maria Ludugero da Silva(16/11/2008)
Águas do rio Joca
Águas do rio da Cruz
Águas do rio de Nozinho
São tantas águas na vida da gente
Águas que lavam quase tudo,
que matam a sede do gado
águas que inundam o peito e os olhos, salobras
mas não secam esse leito de saudade...doce Várzea.
Águas do Arisco de Seu Virgílio.
Águas de encher potes, jarras e pipas.
Águas de benzer, de batizar, de lavar corpos e almas,
águas das lavadeiras de roupas, dos barris de Seu Quincas.
Águas que preparam o barro das louceiras,
águas que fazem panelas, paredes e casas.
São tantas águas que desembocam no peito da gente, mananciais.
São poços, riachos, açudes e lagoas, grandes e compridas
Que os nossos olhos-d'água não se reduzam somente a lágrimas!
Bem-vindas águas todas, que fazem a irrigação do solo...
Sem esquecer de lembrar do vizinho Una, rio nunca mesquinho,
Que sabe dividir conosco as suas águas,
Justiça dita e feita, benditas águas de beber, potáveis.
Que ajudam a tornar nossa terra mais fértil, mais rica.
Nossa Várzea realmente tem mais flores!
E por que não dizer, mais vida, e muito mais amores.
Essas águas lavam tudo, mas não lavam a saudade que fica:
Saudade do Vapor, saudade que não se evapora nunca.
Tanta gente vai embora. A saudade, não!
Aonde quer que um varzeano vá ou esteja,
com ele estará a perene lembrança
deste lugar abençoado pelo Chaveiro do Céu,
Nosso Divino São Pedro....
Obrigado, pelas águas!
Texto de João Maria Ludugero para o VNT Online, em 17/11/2008.
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