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"Várzea das acácias"

Em nosso Município de Várzea há diversas expressões artísticas, destacaremos aqui o texto "Várzea das acácias" de autoria de João Maria Ludugero da Silva (1981), no texto o autor demonstra sua visão poética, expressando seus sentimentos de amor pela cidade de Várzea:




Pôr do Sol na cidade de Várzea/RN







"O sol se escondia no horizonte. Um colorido laranja-avermelhado misturava-se com azul anil celeste. O céu até parecia um fogaréu, em chamas quase extintas. Era o término de mais um dia, como tantos, na monotonia de sempre, essa monotonia que eu muito prezo com amor, pela vida. Sempre respeitando e preservando a natureza , pois para mim, viver a natureza é viver realmente, de forma plena, e não apenas passando pela vida. Que bom que era ficar observando o auriverde das acácias em suas cores simbolizando a nossa pátria, o Brasil, não apenas duas cores, mas resumindo várias, desde o brando azul esplêndido da imensidão do céu. Re-memorizar sempre os bons momentos da vida, para mim, é revivê-los novamente. Até me sinto completamente extasiado quando lembro dos momentos felizes que lá passei, naquele belo recanto da natureza: Várzea.
Sentado na grama do rio Joca, rio que banha a cidade de Várzea, contemplava o por-do-sol, o entardecer com toda admiração, a ouvir o cantar dos passarinhos pousando de galho em galho em busca de seus ninhos, livres em seu habitat, tudo tão natural. Os raios solares se consumiam pouco a pouco, seguindo devagar o movimento de rotação da terra. Ao escurecer, sapos coaxavam, ouvia-se o canto dos grilos e, de vez em quando, um vagalume saía ou mudava de lugar. Inspirando ar puro, eu enchia os pulmões do mais puro ar, ficava alucinado e de olhos entreabertos. Em sintonia com o mais belo dos entardeceres, expirava calmamente o ar e até me sentia aéreo, como que criasse asas e tornasse-me um pássaro e até levantasse vôo. Um vôo até a lua, lua que já prateava o vespertino céu.
Recebendo o aroma entorpecente, que era desprendido das acácias e de outras flores, o perfume agradável era lançado em mim, sentia-me lisonjeado pela natureza. Desapercebido com o passar do tempo, só era alertado com repicar do sino, e aí, é que voltava para casa, satisfeito. Era hora de Ave-Maria. Já caía o véu da noite.
Ao amanhecer, um novo dia, folhas e flores; folhas verdes, secas, flores amareladas caídas, sacudidas pelo vento. Folhas sem clorofila, semi-mortas, que não podiam realizar fotossíntese. Como na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, estas folhas vinham a se transformar em húmus fertilizantes que tornariam a terra, a nossa Várzea, mais fértil. A nossa Várzea das Acácias. Um paraíso... vivendo nele, de corpo e alma, paraíso terrestre, um lugar em que vivemos felizes, um paraíso que para habitá-lo não é preciso passar para uma outra vida, isto é, morrer. Num paraíso onde São Pedro é o padroeiro. E este foi fundada por Ângelo Bezerra, Ângelo nome angélico, de anjo. Só sendo mesmo um paraíso!
Pequena cidade do interior potiguar, Várzea, com uma população bastante religiosa, povo bondoso, solidário, fraterno e hospitaleiro. Católica romana é a sua religião predominante. A Matriz de São Pedro, afamada pelas suas festividades religiosas do mês de junho, é ornada por duas palmeiras em sua frente, que são monumentos que simbolizam o povo fraterno e cristão, como que as folhas das mesmas simbolizem os varzeanos de braços abertos para o céu, louvando a Deus, mostrando sua fé e confiantes de que Deus também é brasileiro.
Várzea, com suas ruas enfeitadas de verdejantes alamedas de acácias, é a cidade onde existe um pedaço de mim, com certeza um grande pedaço de mim: o coração. Várzea, eu te amo e me orgulho de ser varzeano!
Oh, "Cidade das Acácias", minha Várzea, meu pedaço do Brasil!


Ediçao do VNT.
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Beto Bello

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