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DECLARAÇÃO DE AMOR A UMA CIDADE CHAMADA VÁRZEA

DECLARAÇÃO DE AMOR A UMA CIDADE CHAMADA VÁRZEA

A minha história de vida é marcada por épocas de alegrias que, ao serem compartilhadas com amigos, tornaram-se datas memoráveis ao longo do meu caminho. Disso eu não tenho dúvidas. Sou bom de gravar as coisas, as passagens, os momentos. Tudo passa como um filme na tela da minha mente.

"Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha". É o que nos ensina a filosofia oriental nas sábias lições de Confúcio. Estou transportando um monte palavras a escrever a minha obra.
Quem foi que disse que não estou a construir alguma coisa. As palavras têm muita força. Elas pesam e movem montanhas. Engana-se quem pensa o contrário.

Muitos podem até pensar: O João Maria Ludugero da Silva, o filho do Senhor Odilon Soldado, não passa de um sonhador. Mero engano. Um pensar torto. Não tenho a pretensão nem a ilusão de ser o pivô de nenhuma intriga ou pomo de discórdia alguma, mas gostaria mesmo de influenciar, de influir o leitor dos meus textos e artigos, a fim de que eles o levem a algum lugar, a algum paradeiro, mudando pretensiosamente seu modo de pensar e de ver a vida, quiçá de uma forma diferente, sob uma nova ótica. Já seria meio caminho andado, o que me faria até satisfeito. É de 'Rimbaud' a máxima segundo a qual "a literatura deve mudar a vida". E muda mesmo. Acredite. Pode apostar nisso!

Já dizia Camões: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades; muda-se o ser, muda-se a confiança: todo o mundo é composto de mudanças, tomando sempre novas qualidades".

Pretendo, isto sim, mudar a percepção do leitor desatento, com mais informações, uma prosa livre, nem que seja folheando as páginas, passando os olhos, correndo a vista, sem nenhum compromisso, mesmo que seja ocasionalmente. Quero ser útil de alguma maneira, mesmo que seja breve, essa é a minha estratégia, minha missão, meu desejo. Minha meta é conquistar, nem que seja pelo coração.

Em certa ocasião, o imortal Pe. Antonio Vieira, o maior dos oradores sacros entre os lusos-brasileiros, disse que: "é coisa tão natural o responder que até os penhascos duros respondem e para as vozes têm ecos. É tão grande a violência não responder, que aos que nasceram mudos fez a natureza também surdos, porque se ouvissem e não pudessem responder, rebentariam de dor".

Não fora essa verdade e até mesmo esse imperativo da própria natureza, o mais acertado para mim, neste momento, seria silenciar e no silêncio interior deixar a minha alma quedar-se de joelhos agradecida ante a honra que me prestam os varzeanos ao escrever a minha obra: "Memórias de um menino varzeano".

Mas, como "até para os penhascos duros as vozes têm eco", ouçam a linguagem do meu coração de homem varzeano quase realizado e muito agradecido. Ouçam, então, a minha mensagem da gratidão e amor por uma cidade.

Disse-o bem, homem quase realizado e agradecido. Quase realizado porque tendo-me proposto dedicar-me conscientemente a redigir o meu livro de memórias, entendo estar a conseguir o meu intento. Várzea é hoje, não há de se negar, uma cidade respeitada e acreditada, considerada a Capital da Cultura potiguar, título a que faz jus pela Fundação José Augusto.

Quase realizado, porque estou a semear em terreno fértil e posso testemunhar que a semeadura não foi e não será em vão. Agradecido, porque dou graças ao Supremo Arquiteto do Universo testemunhar o reconhecimento do meu povo, da minha gente, dos cidadãos varzeanos, ao trabalho que ora realizo, meu livro de memórias. Já o disse e agora repito - felizes os que vivem o bastante para colher o que semeam. Sou, mercê de Deus, um destes felizardos. Felizes os que vivem para colher o que semearam.

De certa feita ouvi da minha inesquecível avó Dalila, o seguinte: "Meu filho, procure ser bom, porque é bom ser bom. Ser bom é bom para quem é bom. " Pois bem, por ser um homem bom, Deus me tem sido também muito bom e me tem proporcionado vitórias e glórias por quase todo o caminho da minha vida, particular e profissional.

Reparto as alegrias que invadem o meu ser, evocando a lição do insigne pregador, Pe. Vieira, para quem as "ações de cada um são a sua essência". Na verdade, somos o que fazemos. Definimo-nos pelas nossas ações. Sou um homem que trabalha no que gosta, um homem das palavras, um escritor varzeano. Gosto de lidar com as palavras. Repito. Várzea tem as suas memórias, um pouco da sua história, um pouco da história de sua gente. Tudo ficará para sempre dentro do meu livro.

Bem disse, então o Pe. Vieira, em seu famoso sermão da sexagésima: "Quando perguntaram a Batista quem era, respondeu o que fazia; porque cada um é o que faz, e não é outra coisa. As coisas definem-se pela essência. Definiu-se pelo que fazia, para declarar-se quem era".

Desta sorte, é pouco o que aspiro: declarar-me quem sou, ao definir-me pelo que tenho feito, em prol da minha gente, através da palavra, porque a palavra permanecerá na cabeça e na alma do meu povo, enraizada, a criar suas raízes para sempre no memória do cidadão varzeano. Não é pouco não, viu. É maior do que se pensa: a palavra escrita é algo de uma força enorme, sem parâmetros, imensurável. Já pensou nisso? A palavra fala por si só. E como fala. As palavras burilam a alma da gente.

Declaro-me muitíssimo feliz e imorredoiramente agradecido. Com toda a razão. Quero levar o nome da minha cidade a um lugar de destaque, protagonizando o nome de Várzea no mapa literário do meu país, com toda modéstia. Obrigado, minha Várzea, meu Amor, minha cidade das acácias!

ESCRITOR: JOÃO MARIA LUDUGERO DA SILVA.
(Em 16 de dezembro de 2008).
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Beto Bello

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