QUEM SABE FAZ A HORA NÃO ESPERA ACONTECER...

QUEM SABE FAZ A HORA NÃO ESPERA ACONTECER...

Varzeana indignada se dirigiu ao VNT  e disse:

"Em vez de colocar poesias porque você não informa que tem gente morrendo por FALTA DE MÉDICO em Várzea???? Tá na hora desse excelente e conceituado Blog cobrar isso do Prefeito."

É importante salientar que mediante a poesia podemos reivindicar nossos direitos como cidadãos, cada um fazendo uso adequado das armas que tem, e quem foi que disse que a poesia não fala alto, quem foi que disse que a literatura não é uma forte arma? Aliás, a poesia é um veículo poderoso de consciência social, de inclusão, que muito bem pode ser usada para preencher lacunas e hiatos dos descasos de autoridades políticas e outras mais.

A mente é arma, a voz é bala. A poesia pode ser o veículo propulsor, a palavra escrita ou falada, na luta sem pausa, para se afinar com uma consciência maior, aonde as palavras soam como lâminas numa chuva sem guarda-chuva numa base crua, sem tapar o sol com peneiras. Poesia tem força sim, e vem sem dó, podendo ser o eixo de onde desabrocha crítica política, ações, atos e atitudes , reivindicação de liberdades íntimas, públicas e sociais, conquistas comportamentais, direitos de cidadania, e muito mais, prazer, vontade, autonomia, sem perder a ternura, a gente usa a força que tem a poesia, a palavra em brasa.

Através da poesia já mandava o seu recado Bertold Brecht, em seu 'O Analfabeto Político', senão vejamos:

"O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,

do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio

dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia

a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,

o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,

pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

O povo não sabe a força que tem. Aliás, se soubesse, abriria mais o verbo e enxergaria o quanto tem força a sua voz. Mas enquanto o povo agir como se fosse um elefante amarrado num simples piquete, sem ter consciência do seu potencial em dali se soltar, as coisas não mudam nem haverão de mudar. A poesia pode sim mudar muita coisa. Eu tenho certeza disso. Portanto, devemos lutar porque 'quem sabe faz a hora não espera acontecer'. Eu luto com a minha poesia, eu bato com a minha poesia, eu desabrocho crítica política como cidadão. Eu não tenho medo e vou à luta, porque senão acabam por tirar o meu direito à vida, à saúde, ao pão, meu trabalho e até mesmo o meu direito de pensar. E ainda não contentes podem querer me tirar o conhecimento, a sabedoria, a poesia, o pensamento, que só à humanidade pertence.

A capacidade de reivindicar os nossos direitos, de cobrá-los seja a quem for, não deve ser delegada a ninguém, nós é que podemos fazer isso e não colocar nos ombros alheios, deste ou daquele Blog. Nós somos os detentores desse direito fundamental, como cidadãos que votamos, que pagamos nossos impostos em dia. Quem tem que reivindicar MÉDICOS para a cidade, o site do Beto???, o conceituado Blog do Beto??? O recado pode ser dado ali, mas não é para o BETO!!!, a quem deve se dirigir qualquer irresignação. E a poesia vai continuar, porque através dela podemos lutar pelos nossos direitos, porque o homem morre, mas a poesia não, ela é poderosa e muitas vezes cortante feito navalha na carne!!!

Autor: JOÃO MARIA LUDUGERO
Em 20/01/2009.