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BANHO DE CHUVA

BANHO DE CHUVA
Autor: Ludugero, em 30.01.2009.

Lá para as bandas do retiro do 'seu Zé canindé'
a chuva cai e molha toda a estradinha de terra
molha a cruz pagã na beira do caminho
aqui dentro é só dor, sem porteiras
tenho saudades, peito apertado
a chuva me trouxe lembranças
da minha Várzea
da doçura de mãe Claudina, ser de luz
que Deus mandou para tomar conta da gente
chove chuva, solidão que lava quase tudo
batendo no sangradouro do Calango,
açude de dor que corre para o meu peito
e corrói, tanto por fora quanto por dentro
queria ir lá fora, tomar chuva, me derramar
deitar no chão, entrar no rio de água mansa
deixar a chuva me molhar, esquecer da vida,
dos problemas, água brava!
só queria agora um alento a me socorrer
não quero só o silêncio que me atordoa
nem o raio nem o corisco,
eu quero apenas o barulho das gotas d'água
batendo no telhado,
eu quero o cheiro de terra molhada,
o vento se aquietando no meu peito,
anestesiando meus sentimentos, sem fronteiras!
Chove chuva, vai dizer a ela que um raio de saudade
me partiu em cheio o coração, coitado
e eu fiquei a ver barquinhos de papel
na água da enxurrada,
em plena rua São Pedro!


VNT Online, postado em 05/02/2009
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Beto Bello

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