O CREPÚSCULO
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Autor: Ludugero, em 06/02/2009.
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Meu irmão José buscava água no Arisco
Meu irmão José não mais buscava água de açude
porque a água do açude era verde, lodosa
não dava para beber, dava para banhar,
lavar o corpo, ensaboar, lavar a casa,
encher os barris, os potes, as jarras
e os cântaros de lavar a alma da gente de lembranças
água de açude, água parada
memória das águas
Águas de atirar pedras,
de atirar seixos nos espelhos d'água
a fazer espirais na lâmina,
na flor da água, água benta.
Como era bom ver as pedras a deslizar
sobre as águas do Calango,
dava até para fazer o pensamento viajar
em círculos sem sair do lugar,
da minha Várzea, em ciclos,
onde dorme
o mais belo
dos crepúsculos!
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VNT Online, postado em 27/02/2009
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