POEMA: COMO SER SIMPLES

POEMA: COMO SER SIMPLES
Autor: Ludugero, em 28.01.2009.

Pelas mãos de mãe Claudina
Eu vi nascer tantas crianças e rebentos
Foram tantas luas e sóis a pino
Eu vi dona Carminha auxiliando no bom parto
Muitas varzeanas a dar à luz, divino auxílio
Muitas vidas a surgir no espaço, na curva da vida.

Borregos brancos e cabras com chocalhos pastavam nos juncos da Várzea, próximo ao bueiro que dava para a velha estrada de chão do matadouro municipal.
Bandos de anus brancos e pretos
e periquitos passavam sobre os coqueiros,
enquanto afoitos meninos jogavam pelada na minha Várzea, liberdade! liberdade!

E havia um desejo de gente na casa de farinha
e nos pau-a-piques e taipas vazias da rua do Arame.
desejo de ser feliz e ser simples,
de assim viver por toda vida, simplicidade.

Todavia! Todavia!
Carneiros e carneirinhos
Eu gostava de olhar as nuvens grandes, brancas
e sólidas a se espatifar ao vento do bom tempo
Eu tinha o encanto esportivo de nadar
Aprendi a nadar nas enchentes do rio Joca,
na cachoeira dos Damas e no rio de Nozinho,
Lembro que a gente dormia cedo,
nas redes de algodão, sem medo.


Se eu morresse agora, mas não quero isso tão cedo,
Se eu morresse precisamente neste momento,
Duas boas lembranças levaria:
A visão das duas palmeiras da Matriz do Apóstolo
São Pedro,
vista do alto da minha casa ali
na Rua Cel. Felipe Jorge, ao amanhecer.
E a outra: a saudade de Dona Marica,
grande Mulher varzeana,minha primeira professora
lá no educandário municipal padre João Maria.
Que saudade das professorinhas!!!


VNT Online, em 02/02/2009