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REDES DE ENVOLVER
Autor: Ludugero, 17/02/2009.
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O pescador esboça o croqui da tarrafa, sua malha
ele tece suas linhas, seus nós,
suas crescentes teias
ele faz a rede, as fieiras, os rufos e os chumbos
ele tece as tralhas, embaraça as linhas, o labirinto
eu faço o poema...
eu desembaraço cabeças e tranças.
ele há muito tempo fazendo-a perfeita fio a fio,
eu aprendendo a meada, linha a linha, palavra a palavra
eu me enredo no poema, me prendo, me enlaço, me lanço
assim como a tarrafa mata a fome da sua gente
com sua rede de pescados
meu poema tem a fome fiada
no novelo das palavras,
tem mais fome de sentimento,
de dizer o sentir
tendo em vista que
não só de pão vive o homem...
porque para fazer tarrafa
é necessário ter paciência e manha...
mas para fazer poesia é necessário ter fome,
se inquietar com as palavras,
com o sentir porque,
pensando bem,
conclui-se que
para fazer um poema...
rimas não são necessárias,
versos não são necessários,
métricas não são necessárias,
palavras não são necessárias...
carece do quê para fazer uma poesia?
pensamento é necessário,
paixão é necessária,
sentimento é necessário,
Amor...
sem amor,
nada seria necessário!
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VNT Online, postado em 30/03/2009
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