SOMOS VARZEANOS, GRAÇAS A DEUS!

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SOMOS VARZEANOS, GRAÇAS A DEUS!
Autor: Ludugero, 18/02/2009.
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Ainda ontem ao escrever aconteceram várias coisas.

Numa delas perdi-me e noutra encontrei-me. Querendo

escrever coisas fúteis, de pouco valor, sem proveito, para encher o tempo, mas não seria escrever mal; rabiscar, escrever futilidades, queria escrevinhar coisas boas, simples, aquecidas como resto de cinza no fogão de lenha, ainda com brasas.

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No meio da mesa a ruminar com o lápis no papel, tentando me balizar o pensamento entre perdidos e achados. Agora dei de escrevinhar (e ontem, no tal meio, escrevinhei, eu escrevinho sempre, tenho sede e fome disso, tenho vontade que me obriga a expor ideias, a me expor, a trazê-las para a vida real).

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Varei a noite a escrevinhar, viajei pela minha Várzea, visitei lugares, sítios, pessoas, amigos e conhecidos. Fiquei acordado a noite toda, madrugada a dentro. Eu e as minhas palavras. Eu, o lápis e o papel. A safra de escritos e rabiscos foi boa, produtiva. As palavras me levaram longe, brincaram comigo, de ser adulto, de ser criança e de ser sério.

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Noite boa, noite que durou como todas elas deveriam acontecer quando assim, boas: o sol espreitou-me ao nascer e até julguei ler-lhe raios incendiados em voz quente, envolvente: ouvi há tempos, e lá estou a matutar com intrometido gosto, a expressão de que a poesia é o diálogo com os deuses e lá, no 'meio', escrevi: "quanto mais papel escrevo ou leio mais desejo que se salvem, ao menos, as árvores da poesia"; outra: "que o amanhã varzeano seja de bom êxito, resultado feliz, que o seu passado fique bem guardado na "Minhas memórias de um menino varzeano" e o hoje não tão pesado, mas com o fardo possível de ser conduzido"; e de mais não conto, o resto é longo, é o tal escrevinhado e ele um dia cá virá espreitar-me e lhes espreitar também, curioso sairá dos meus rabiscos e papéis e certamente tomará a forma de livro, com sua capa reluzente que me deixará orgulhoso, aliás, já sou deveras orgulhoso por que o Blog do Beto Belo já expõe e estampa tão bem a minha obra, os meus textos e escritos.

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Obrigado, caro amigo Beto Belo! Eta vidinha boa que tem essa nossa gente! A vida precisa ser simples. É o que se leva da vida, o viver a simplicidade das coisas. Complicar pra quê, me diga?

Logo, queira Deus, não estarei a fazer varanda ao sol, mas terei o sol por inteiro na minha vida, com direito a jarro de flores na janela e tudo, até mesmo com direito ao pôr-do-sol varzeano, que não nos embaça a aquarela nem nos deixa acostumados a fugir de tamanha beleza de cenário, porque só nos emana paz e bem-estar, de viver com dignidade e simplicidade. Assim é o meu lugar, minha Várzea que me estimula a escrevinhar, sempre. Porque sou varzeano, graças a Deus!

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VNT Online, postado em 31/03/2009