EU PROMETO SER TAMBOR...SEMPRE!

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EU PROMETO SER TAMBOR...SEMPRE!

Autor: Ludugero, 25/02/2009.

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Meu tambor nunca fica velho

nunca ficará velho

de gritar,

gritar pra todo mundo ouvir,

sem medo...de ser feliz!

Oh, meu amigo São Pedro dos varzeanos

deixa-me ser tambor, de corpo e alma ser tambor

ser tambor gritando na noite quente, noite a dentro

da minha Várzea querida, ser tambor sem cansar!

Não quero ser apenas ser mato e cia, ser dor

não apenas anjo, angicos ou água parada

nem flor nascida no manso dos marmeleiros

nem do desespero dos afoitos da paixão,

não apenas maracujá, flor da paixão nem ranço

nem rio correndo para o mar dos esquecidos, remanso

não quero ser vaga-lume nem poste apenas

não apenas riacho ou mel ou gravatá, esturricado

Nem mesmo poesia forjada na dor das pedras do arisco

nem seixos para desespero das mães varzeanas

que se foram sem poder dizer adeus, sem mais ver

pelo menos uma única vez seus filhos ausentes

que se encontram distantes léguas e léguas,

longe de sua Várzea, que nada!

Eu quero ser tambor nunca velho de gritar, gritar e gritar

na lua cheia da minha terra repleta de esperanças novas

ser tambor de pele curtida ao sol da minha terra Capitão Gonçalo

ser tambor cavado nos troncos duros

da minha terra de Mateus Joca Chico

Eu, pau-pedra, pau-ferro, pau-para-toda-obra

ser tambor rebentando o silêncio amargo dos mulungus

ser tambor nunca velho de sentar nos batentes da minha terra

ser tambor sem me perder na escuridão da noite do carro encantado

das lembranças perdidas não me perder, do Vapor

Oh, meu velho São Pedro, apóstolo de Deus e guia dos homens

eu quero ser tambor e não quero ser apenas rio a morrer

ou a pedir socorro no rio da cruz

nem ser apenas flor a murchar na rua do arame

Eu quero ser poesia, eu quero ser poesia! por não, me diga?

Ser tambor ecoando como a canção da força e da vida

Ser tambor noite e dia a proclamar o amor da minha mãe Maria

dia e noite ser tambor, ser João Maria, sim senhor,

ser varzeano, ser filho de seu Odilon de dona Dalila,

até à consumação da grande festa da vida!

Oh, meu velho São Pedro, velho amigo de Deus,

amigo e protetor dos homens

da minha Várzea de Pe. Armando

deixa-me ser tambor

ser tambor, ser vida,

servir para viver

e ecoar,

sempre!

Assim, ninguém mais pode decidir como você vai agir,

pois cada um deve marchar ao som do seu próprio tambor,

sem perder a si mesmo!

Pense nisso!