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OÁSIS-ME RIO JOCA
(Vamos salvar o rio?)
Autor: Ludugero, 26/02/2009.
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Águas do Rio Joca
por onde andas, me digas
pois meus sonhos estão maculados
com a desilusão que me estagna
que não era minha,
que não gerei,
rio de mim,
o que te fizeram?
Hoje as minhas esperanças
ainda não estão afogadas
nem desceram na última enchente
apesar das águas da enxurrada desses dias
trazendo os escombros
do futuro enferrujado,
do amanhã,
o que esperar de ti?
Eu vi o rio gemendo as nossas dores
eu vi o rio despido no leito,
a céu aberto, pedindo socorro
estava enrugado, o Joca
eu vi o rio demente, assoreado
esclerosado, por causa de quem?
No alpendre dos dias
eu vi o Joca vomitando da lembrança
os últimos resquícios,
o vapor reduzido
dos landuás de pescados
que matavam a fome da gente.
E a sede do rio quem mata?
oásis-me no deserto, oh Joca!
Eu vi o rio Joca
(pela clarividência
dos fatos que se sucedem).
a pedir S.O.S.
quase morto,
amordaçado entre mapas mofados
da biblioteca Ângelo Bezerra.
Meninos, eu vi!
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