CORREDEIRAS

CORREDEIRAS
Autor: Ludugero, 16/03/2009.
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O dia amanheceu bonito,
Fui lá fora ver o sol.
Fui visitar o Calango.
O açude está cheio, a sangrar pelo paredão
A água que desce lava a minha alma
levando peixes para o rio,
precipitando a vida,
dando vigor ao verde
do capinzal da vargem.
Os bueiros dão vazão às águas,
os juncos já aparecem com viço,
A saudade é torrencial e
ultrapassa as estradas de terra, as porteiras, as cercas
A alegria de viver é feito a correnteza do rio
transborda pelas frestas das casas,
pelos telhados cinzentos
pelas calçadas das ruas,
pelos becos da rua José Lúcio Ribeiro.
Frente à igreja as verdes palmeiras de São Pedro
saúdam o sol no céu azul...
Daí eu corro para o rio Joca
feito afluente riacho.
Daí você deságua em mim,
e eu simplesmente
varzeano
me derramo em lembranças,
na corredeira dos versos,
num suspiro de saudade,
que emerge da minha alma
numa enxurrada de palavras.
Enquanto eu discorro meus rascunhos,
o lápis no papel traça a página nua das horas.
Faço um poema onde, em verdade,
sorvo uma gota da face, uma lágrima.
Resumindo: segue aqui um pouco do muito
que senti e desejei te dizer com a minha poesia,
com meus verbos, com meus versos,
mas não tenho palavras para expressar
como é grande o meu amor por ti,
minha Várzea!
só sei de uma coisa:
minha saudade por ti
está toda no plural.