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NO CERNE, O AÇUDE

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NO CERNE, O AÇUDE
Autor: Ludugero, 13/03/2009.
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Minha Várzea,
meus amores,
a saudade é como
o fio da navalha
fura e corta afiado.
Dos riachos vertentes às lagoas grandes,
do rio Joca ao Calango, eu deságuo
minhas lembranças, compridas.
No açude mergulho profundo
e atiro seixos na flor das águas.
As pedras desafiam minhas dores
recortadas em cores
que viajam sozinhas
pelos ariscos
dos meus ais,
furta-cores.
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Beto Bello

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