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VÁRZEA: MINHA MÃE GENTIL!


VÁRZEA: MINHA MÃE GENTIL!
Autor: Ludugero, 18/05/2009.
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Eu sou Várzea!
Quase meio século já vivi
e pensar que cheguei até aqui,
como estes anos se passaram...
E quanta gente passou por mim!
O que senti, o que vivi, o que sofri.
As marcas que estes anos me deixaram!
Vivo avidamente cada dia. Um de cada vez.
Não tenho pressa - ainda estou na pujança da juventude.
Dou asas ao pensamento, voo alto com o vento
nas palmeiras do apóstolo São Pedro,
meu padroeiro de fé, chaveiro do paraíso.
Tenho fantasias, sonhos, amores,
tristezas, risos e dores.
Tudo me deixa marcas na vida.
Crio um "mundo" que não é só meu,
Não sei ser mesquinha. Mas, por vezes,
sou uma terra incompreendida,
portanto, vou devagar com o andor.
Vou seguindo a procissão,
vou cantando a tocar a vida,
já chorei lágrimas sem conta,
tive crises e risos, também sou muito feliz,
tenho projetos e conjecturas
e alguns sonhos a realizar
neste mundo de amarguras,
faça sol ou faça chuva, vou devagar,
estou de pé, na labuta
tenho o Feijão, o Sonho e a Farinha,
tenho a Força e o Vapor de sobra.
Com licença, eu vou à luta!
Faço contas na vida, de somar,
outras mais de subtrair,
aprendi a rir e a chorar
e com os outros repartir,
este é meu jeito de ser e estar,
eu sou Várzea! Vou adiante.
Sei que poderia ter sido bem melhor,
mas no balanço de quase 50 anos,
meu saldo é positivo!
Eu acredito na minha gente,
eu tenho muito chão pela frente
eu tenho flores e espinhos,
eu tenho ruas de sonhos
eu tenho ruas de arames
eu tenho ruas de pedras,
eu tenho velhas e novas esperanças,
ainda sou uma coroa enxuta, tenho estirpe,
ainda acredito na união do meu povo:
sou como a Dona Flor do Amado Jorge
e os seus dois maridos.
De um lado sou bacurau.
Do oposto, sou mãe coruja!
Mas, cá entre nós, sou mãe
e como tal não discrimino nenhum filho,
seja crente, leigo, laico, católico ou ateu
não importa, se velho, novo ou carente
se antigo ou recém-chegado, amo igual.
Eu sou Várzea!
Eu sou teu solo sagrado, tuas raízes, teu arado.
Eu sou o rio que mata tua sede, eu sou o Joca.
Eu sou tua comida, tua roça, teu roçado
eu sou tua casa de portas
e janelas abertas. sempre.
Sejas bem-vindo, filho meu!
Eu sei que saistes de mim,
que habitas em algum lugar desse imenso país,
seja no Rio de Janeiro, São Paulo ou Brasília,
haverás de retornar um dia,
nem que seja para descansar no meu colo,
à sombra de um Calango, no crepúsculo.
Eu sou teu açude de lembranças,
a sangrar de saudades,
eu sou mãe gentil.
Quero que saibas:
eu tenho um coração
cheio de Amor no interior
do Rio Grande do Norte,
eu sou Várzea,
e só Deus te ama como eu!
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Beto Bello

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