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COMO PARALELAS, CAMINHAMOS JUNTOS...


COMO PARALELAS, CAMINHAMOS JUNTOS...
Autor: João Maria Ludugero da Silva, 21/05/2009
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Como homem de palavras, como escritor, ao fazer versos e poemas, eu atravesso a ponte de uma ponta à outra, eu intermedio espaços e dou vazão a sentimentos, preencho vãos, observo as flores que margeiam as estradas, sinto o vento bater na minha cara, vejo as cores que nascem no mato e se multiplicam na vida num verde de diversas tonalidades, que se intensificam com a chegada da luz, com os raios do sol a fotossintetizar as folhas, os galhos dos arbustos, dando azo até mesmo às ervas-daninhas. Concedendo-lhes sombras nos galhos e no chão. Eu sigo o caminho de uma vida para lê-la, eu contemplo o que se passa ao redor, não passo em branco pela vida, eu rabisco desejos, ações, emoções, dores e sorrisos. Eu pincelo cores pelo caminho, eu enxergo cantos e passarinhos.
Não sigo sozinho, pois viver tudo isso não é apenas seguir espaçadamente entre uma ponta e outra separadamente, quando a ponte acaba. Nasce a poesia, filho pronto, partimos para outros apontamentos. Continuamos a ser pontes, de verdade, não meia-ponte, porque pela metade não serve ser ponte. De que vale uma meia-ponte?
Continuamos o caminhar, no sentido paralelo, lado a lado. Que sejamos um, mesmo que dois ou três, de modo que estar paralelo é um artifício mítico, intangível, inatingível... as linhas que caminham lado a lado, mesmo que eqüidistantes, seguem juntas, na mesma direção, no mesmo caminho, na certeza de que um dia irão se encontrar no infinito.

Logo, estar vivendo num lado paralelo é estar vivendo a mesma vida de sempre, mas sentado no banco da praça ao lado, é o querer sentar-se junto à janela, a observar o dia que nos atravessa a rua, são os veículos a correr para não se sabe onde, é o vento a balançar as tranças paralelas da menina, a despetalar a flor da sua cabeça. É o olhar perdido no horizonte a fitar afoito e curioso a beleza varzeana que se espalha cidade a dentro e se depara com os botões em flor do jardim lateral à frente da matriz de São Pedro, padroeiro que está no altar paralelo às poltronas dos seus fiéis varzeanos.
Eu caminho pelos becos e corredores da minha Várzea das Acácias. Estou sentado sob o sol, paralelo à luz do luar. E é a luz do sol, em meio a chuva de gotas paralelas, com seu prisma novo de paralelos de várias cores num arco-íris, em que as cores são diferentes, mas iguais e no mesmo caminho, se renovando excitante e exercitante. Aonde me encontrar: exatamente onde desce o sol, ali na margem do açude do Calango, a admirar o mais belo dos crepúsculos. Ali você poderá me encontrar por inteiro, de frente e verso: EU.

Você pode andar pela rua ladrilhada de paralelepípedos, entrar em becos e sair deles, seguir o caminho da utopia, tirar partido de A ou B, ser bacurau ou corujão, ser qualquer fantasia, vestir-se de branco ou de preto, de verde ou de encarnado, de vez ou maduro, mas todos seguem um caminho que é sina, capricho e garantia, caminho esse que é delimitado a cada um, não adianta arranjar um atalho ou um desvio, por derradeiro, nos encontraremos na estação ou ponto de partida, na praça do encontro, onde o mais importante é a vida.
E o paralelo é o mesmo você de sempre, mas na face oposta da moeda, na outra metade, muitas vezes a sua real identidade, mas paralela à a sua realidade, é estar paralelamente oculta para se adequar ao paralelo dos outros, que são um, mesmo que dois ou três. Ser paralelo, para lê-lo, é ser sempre o mesmo, mas diferente e, sendo diferente, ser o paralelo de você mesmo.
Sejamos nós, sejamos inteiros, sejamos varzeanos, sejamos a vida desse lugar. Senão, quem haverá de cuidar dele? Várzea merece todo o nosso amor, nossa atenção e a certeza de que melhores dias virão! Caminhemos lado a lado com ela, que merece todo nosso carinho e cuidado, porque quem ama, cuida. Ela requer nossa atenção redobrada, diante das mudanças e desafios do novo tempo que abriu o portal do nosso infinito sonhar acordado, das nossas esperanças paralelas, que não morrem nunca.
Quem é o maior vencedor nessa causa? Certamente seremos todos nós, pois Várzea é um todo, é uma cidade que precisa ser amada, incondicionalmente. Pensem nisso!
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Beto Bello

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