MINHA VÁRZEA

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MINHA VÁRZEA
Autor: Ludugero, 09/07/2009.
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Minha Várzea! Ó meu solo amado,
Onde nasceu a minha avó Dalila,
Onde nasceu a madrinha Joaninha,
Onde nasceu a dona Beatriz
Onde nasceu Otacília 'Cila' Marreiros,
Onde nasceu tanta gente boa,
Que já se foi morar do outro lado de Cima
E agora nos deixou de presente
A palavra saudade, sem tamanho,
Cujo sentido só encontra paridade
No trinar das lavandeiras lá do rio Joca!
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Do Vapor, com seu pasto verdejante,
Até ao Calango, açude de tantas lembranças
Que banham o meu coração
No mar da saudade que me invade o peito,
Tu nos dás, Várzea, a cada instante,
O desejo frenético de voltar, de retornar
De sempre voltar a beber das tuas águas!
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Das tuas Lagoas compridas aos teus lajedos grandes,
Dos teus Ariscos de água doce aos teus frutos sem conta
Aos teus Angicos, eu me atiro em Seixos;
Descambo para a Lapa e amanso um boi no Trapiá;
Eu me Retiro ao Itapacurá para me banhar de Esperanças Novas.
Porque daqui o universo tem as noites mais estreladas...
E como é lindo o amanhecer... é tudo pura magia, é poesia!
Ver o sol nascer por entre as duas palmeiras de São Pedro!
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De norte a sul, o pacato povo varzeano,
Qual coragem, com galhardia, com afinco
A desbravar o agreste potiguar, sem trégua
Seja afastando a aridez do solo, com alegria
Seja irrigando a roça, o roçado, a plantação
Seja cantando com talento e ensejo,
Ao ralar da massa da mandioca
No valoroso trabalho, no preparo
Da farinhada, do beiju e da tapioca!
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Que vida simples, eta vida boa! não tem igual, não!
Nesta seara de um povo bom que acredita e ainda sonha;
Terra de tantos Pedros, de campinas, de cacimbas no rio
De riachos, de tantas coisas e de contentamento na pescaria;
Tens no ventre a fertilidade, o viço da natureza sustentável,
Tens a terra-chã do sisal e do algodão de fibras finas,
Tens jardins tão naturais, lindos canteiros e trilhas!
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Mas que maravilha este lugar!
Assim não me canso de atiçar tua beleza, aos montes
E não é redundância reprisar e esticar aqui meus versos,
E dizer que em todas as regiões pelas quais andei, e digo, sem titubear,
Que, distante da minha Várzea das Acácias, terra abençoada,
Nada encontrei que se compare a ti,
Que deixas aos visitantes um punhado de saudades,
E o desejo de voltar, com a certeza
Da mais varzeana hospitalidade!
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Realmente, deixa eu chover no molhado, de novo,
Por seres tão bonita, quero aqui enfatizar
Como escritor e poeta enamorado de ti:
És meu jardim à beira do mar
Do Amor que plantei às margens do rio Joca,
Dentro do meu coração tão varzeânico!