VÁRZEA: FOI DEUS QUEM FEZ VOCÊ PRA MIM!

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VÁRZEA: FOI DEUS QUEM FEZ VOCÊ PRA MIM!
Autor: João Ludugero, 06/08/2009.
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Maracujás brotam da terra
Enquanto o sol vigia entre as palmeiras de São Pedro
A tarde amena sob o (en)canto do bem-te-vi lá no açude
Raios que beijam o crepúsculo do Calango.
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Minha Várzea das Acácias,
Meu cheiro de mato verde...
Chove chuva no Retiro, no coqueiral
O mel brota da terra, do riacho do mel.
O verde verte, fertiliza Novas Esperanças,
O sabor se encerra numa bacia de cajus e mangas!
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Meu mato cheira mais mato, tem mais Vapor, mais odor.
A terra se alegra ao canto dos pintassilgos, dos canários
A alegria sai do chão, voa rasante e não tem hora para acontecer!
Ali a gente divide a felicidade em cristalinas gotas varzeanas
De água doce que brota dos Ariscos, entre pedras e Seixos!
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Meu mato cheira mais mato, verde é meu coração agreste!
Apesar de toda aridez, a natureza desponta ávida aqui e ali
Chove chuva no Lajedo, enche a Lagoa Comprida acolá.
O rio Joca segue sua sina, a irrigar nossa Várzea...
A escorrer no meu peito todo o seu esplendor,
Minhas lágrimas não têm o cheiro de mato, mas a acidez
Que percorre a minha alma encharcada
Da saudade geradora destes versos simples
Que fiz para esta seara sagrada,
para este Éden que Deus fez!
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As melancias brotam da terra, os maxixes, a mandioca...
Temos o leite mais puro, seja de vaca
Ou da cabra criadas soltas na Vargem.
No chão que a chuva enterra, bem cuidados roçados de algodão
Mãos semeiam e colhem a fartura, é mesa cheia, é balaio, é caçuá
Que chega em brotos de feijão-de-corda, sem escassez.
Minha Várzea, minha terra prometida, meu pão de mel,
Meu milho verde, canjica e pamonha que dão gosto
E mil brindes à bela tez, prenda minha, vida minha,
Dá gosto querer ver-te sempre verde, de perto,
E eu a andar descalço pelos caminhos de terra,
Sentindo o cheiro do mato que cheira a mato verde,
Úmido Vapor de quem o fez.
Foi Deus quem fez Você, minha Várzea amada!