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BRINCANDO DE SER FELIZ NOS CAMPOS DA NOSSA VÁRZEA


BRINCANDO DE SER FELIZ NOS CAMPOS DA NOSSA VÁRZEA
Autor: João Maria Ludugero, 28/09/2009

Percorro minha Várzea,
Percorro seu solo sagrado
Percorro suas Novas Esperanças
E as estradas velhas também;
Percorro suas vertentes,
Percorro suas quatro bocas,
Percorro Trapiás,
Percorro Angicos
Percorro Lapas, Seixos,
Percorro rios e riachos do mel
Percorro Itapacurás...

Percorro a margem do rio Joca,
Ando em suas areias brancas e finas.
Ando e mergulho fundo em seu leito,
Ando e voo além do rio da cruz,
Me aventuro até o rio de Nozinho,
Sou um pescador de sonhos.
Meus pés são como canelas de um magote
De moleques correndo na relva, no campo, na Vargem
como se fossem pés de lavrador
Percorrendo o paul, o arado, a plantação de batata-doce
Limpando o terreno, adubando seus jerimunzeiros,
Limpando a roça de maxixes e o mandiocal,
Capinando o roçado de milho e feijão.

Percorro teus maracujás a fora,
Adentro-me em tua paixão, viajo, medito para o alto
Como as asas das verdes palmeiras de São Pedro
Que altaneiras beijam o céu varzeano,
Como o vento que sopra as águas do açude do Calango,
Como a brisa que ameniza a tarde saudosa
Percorro o teu corpo, menina nativa,
Atento como o olhar de um menino varzeano!

Que se acha ao se perder percorrendo a Vargem,
A percorrer pelas estradas de terra, entre juncos e capim.
Feito aquele passarinho faminto, boquiaberto,
Com o olhar a percorrer seu ninho,
Sou feito aquele pássaro recém-saído do ovo
Que abre seu bico pedindo alimento em sua boca,
Muito espantado e quase sem ação
pasmado, estupefacto
Com as ideias confusas, atordoado, perturbado, tonto.

Assim eu percorro teu corpo primaveril, e fico zonzo
Parece até que exagerei no licor de jenipapo.
Teu corpo-aquarela, como um pomar carregado de flores
Como um jardim todo florido, colorido, perfeito jardim
E eu colhendo flores e perfume de ti, minha natureza sempre viva.
E eu na esperança de colher os mais variados sabores
De frutos, jabuticabas, cajus, umbus, gravatás
Tamarindos, mangas e pitombas...

De dar água na boca,
Eu continuo a percorrer teu corpo
como o rio Joca espalhando o humo na terra agreste,
Fertilizando-a, pronta para nascer, renascer
Brotar com o sol da alvorada,
Se achar, germinar antiga semente,
Fazer a vida acontecer,
Na certeza de que o sol nasce para todos,
E ainda resta nas mãos o sonho de sonhar;
Basta acreditar e arregaçar as mangas.

Assim quem sabe vigora a felicidade sonhada
Aquela que queremos para a nossa Cidade da Cultura,
Para a nossa Várzea das Acácias!
Que São Pedro nos ouça
E interceda por nós, lá de cima! Amém!
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João Maria Ludugero

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