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VÁRZEA: VIVENDO E APRENDENDO A SER SIMPLES!Autor: João Maria Ludugero, 19/08/2009.
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Oh, minha Várzea, oh, minha Várzea!
És feita de simplicidade, de simplicidade.
E simplicidade é algo assim,
Talvez seja apenas isso:
Ser como o Vapor de Zuquinha,
Ser como o curral, a casa de farinha,
Ser como o açude, a árvore, os passarinhos,
Ser como o flamboyant todo alaranjado, as curvas do rio...
Por que não têm que ser assim todas as coisas simples,
Simples como a natureza varzeana,
Ser toda gente também assim?
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Ser como a flor do maracujá lá na fazenda Marisa,
Ser como as rosas vermelhas e os hibiscos rosas
No quintal da querida mestra Zilda Roriz de Oliveira,
Ter na boca o doce mel do riacho do mel, se lambuzar,
Ter as polpas vermelhas e amarelas do caju lá do Umbu
Ter um arisco cheio de perfume, um sabor gostoso de cajá,
Ter um cheiro de mangueira em flor lá no Itapacurá!
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Ser como as duas belas palmeiras de São Pedro apóstolo...
E apostar que não há no mundo espaço mais azul, mais bonito
Que o céu azul da minha Várzea das Acácias.
Nem de longe, mesmo que seja de Brasília,
- E olha que o céu daqui é bonito! -
Ou de qualquer outro lugar deste imenso país,
Se comparado à nossa terra da simplicidade...
Mas quem o ver não é qualquer vista desavisada,
Que não sabe enxergar e ver o que é belo, a olho nu, a céu aberto -
Coqueiros, árvores, aves, ninhos de canários de chão -
Tudo a buscar o caminho da fertilidade
Que nos leva ao rio Joca... Meu rio de água salobra,
Um rio a nos banhar de corpo e alma,
Rio que irriga o roçado, a roça, a vida do lugar!
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Várzea, minha Cidade da Felicidade!
Serás para todo o sempre minha Várzea amada, meu Varzeão!
És meu sonho de criança, minha velha infância feliz,
Minha Várzea nunca esquecida, de tantos Amores e canções;
Feliz é o simples que sabe ser sentido na pele de cada varzeano,
Dessa gente bonita de ser e viver a vida, tudo a seu tempo, sem pressa,
Essa gente que ainda acredita em Novas Esperanças!
Ser como o Vapor, o Itapacurá, os Seixos, o puro ar,
Ser como as rosas de toda cor, flores da paixão,
Como a flor do Maracujá, as árvores, o rio Joca... de novo,
Tudo de novo no antigo sonho de sonhar... de sonhar acordado!
Tudo permeado por um açude simples, mas simples sem o saber,
Que é um Calango de lembranças acesas,
Um açude assim sempre cheio no peito,
De saudades, de saudades e de saudades, a sangrar, sempre!
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