Autor: João Maria Ludugero.
Menina varzeana, menina nativa,
Filha da terra de Ângelo Bezerra.
Menina dos olhos de jabuticaba,
Se for para morrer, quero que seja no teu abraço;
Se for para morrer, quero que seja no céu da tua boca,
Ardendo na febre do teu beijo...
Tua língua roça meu desejo, meu corpo
És toda feitiço quando falas, tempero.
E quando beijas, sinto-me a levitar,
Parece até que me transporto
Em vida, direto ao paraíso!
Tua boca é feito vulcão que me incendeia
Portal da saliva, entrada do céu da boca
Que me queima por dentro e por fora,
Dias inteiros e noites em claro.
Tua boca é moenda
Que me arrebata a lucidez, o tino;
Ritual para o destino que une meus versos
Ternura que algema minha alma,
Que põe fogo na cela do meu coração
E atira a chave fora, de súbito.
Que o diga São Pedro apóstolo,
Conhecedor que é de toda sorte de chaves
Que me proteja, meu santo,
Das agruras da vida e da sorte!
Mas, se é para ficar longe de ti, assim espero,
Prefiro mil vezes perder a chave do cofre
E deixar a carne do meu coração
Sangrar até à morte, sem pedir socorro...
O que esperar da vida, se não tiver teu beijo?
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