VÁRZEA 50 ANOS: UM SELO DE AMOR PARA TODA VIDA!

VÁRZEA 50 ANOS: UM SELO DE AMOR PARA TODA VIDA!
Autor: João Ludugero, 21/07/2009.

Cada cantinho, cada retiro
Cada Vapor, cada Arisco
Cada Seixo, cada Lajedo
Cada Lagoa, cada riacho, cada saudade
É como se fosse mais uma palavra
É mais que um selo da alma, do espírito, um adjetivo
Do coração da minha gente varzeana!

Do meu povo, da minha gente nativa
Que, no espaço do seu ser,
Na sua natureza agreste
No seu destino, certeiro, vertente,
Sem bilhete, sem carta, nem é preciso!
Pois há um certo selo colado no seu coração,
Na coleção de um arquivo vivo
De natureza viva, sustentável!

Minha mensagem é aberta, sem opostos;
Pode ser lida de frente e verso, de qualquer lado,
Pode ser tida até mesmo nas entrelinhas
Minha poesia é liberada, sem amarras, sem esporas,
Não tem código nem é cifrada, tem ética, sim!
Espalha-se aos ventos silvestres do Itapacurá;
E se multiplica, com estética, Maracujá afora;
Em forma de pedras ou estrelas, sem horas!

Brilhantes estrelas...nunca cadentes, reticentes,
As minhas palavras que queimam e ardem, caladas falam,
Que insistem, persistem e perseveram em candeias,
Uma vez reluzentes ensejam muita beleza acesa
No recipiente, no altar do apóstolo São Pedro!

As palavras, são meus versos transformados em pedras, Seixos,
Machucam, saem cortando o vento, além das duas palmeiras,
Rasgando espaço, regentes, riachos do mel, alvissareiras,
Palmeiras voltadas para o céu azul do firmamento,
De abençoadas folhas espalmadas, que absorvem a luz em síntese,
Num aparente refúgio do sol, a abrigar no fundo do açude
Lá nas águas do Calango, uma latente saudade sem fim,
Que continua tangendo nossos destinos Brasil a dentro,
A cada mundo, a cada rumo, a cada nova esperança,
Porque estamos na minha Várzea,
Num mundo sem igual, sem parâmetros,
Que é sinônimo de viver com simplicidade!

E Várzea faz agora 50 anos!
És a mais bela coroa-menina que conheço!
E quando as pessoas tropeçam em palavras,
Sem achar o nome certo para a emoção, para te falar de Amor,
Eu grito, eu rasgo o verbo, sem medo de expor meu sentimento,
Sem código postal ou destino, eu dou cartaz ao sentido, berro,
Remeto postais vivos, elaboro uma nova trilha que seja de Amor,
Que seja abrindo o meu coração para esta Cidade da Felicidade,
Que sempre me abre um portal de luz,
A aprimorar novos vapores, novos caminhos,
Vias andarilhas, esperanças renovadas,
Um lugar de significantes e significados, de raízes,
Berço de cheiros e ruídos, de lembranças eternas,
Que mudam a imagem daquele mais nobre selo,
Que seguirá colado em nosso peito, pra sempre!

E, de tal sorte, não há como ser diferente,
E as palavras finalmente brilham, cintilam, reluzem,
Porque renascem no Amor e do zelo.

E assim selo aqui as minhas Memórias...
E a palavra do Menino Varzeano segue seu destino.
Ela ficará impressa, registrada na vida da gente;
Sem moldes, trabalhada, no interior do peito,
Esculpida com afinco, com esmero, e segue
Independente do carteiro, ou do Correios,
Carregada... De um Amor
Que não vai passar!