Autor: João Maria Ludugero.
Eu já cometi tantas pequenas loucuras, bagatelas.
Em sã consciência, é claro, roubei tantos beijos em tantas bocas
Eu roubei teu olhar que me ofuscava, guardei na retina lembranças
E no fim das contas, sequer me culpei por ter te dado esperanças vãs.
Fui 'ladrão' de castanhas de caju, umbus e tamarindos
Só pra te ofertar, fazer teu gosto atento a delícias, de fato.
Fui 'ladrão' de flores da paixão-maracujá, relaxei teus sentidos,
Só pra poder vê-la atravessar a Brasiliano Coelho, toda faceira.
Eu furto-cores feito camaleão, roubo sonhos acordados,
Simplesmente para torná-los possíveis, apesar dos pesares,
Apesar das cancelas e dos arames farpados,
Eu me enveredo Vapor a dentro, apaixonadamente,
carro encantado que aparece e some, inexplicavelmente
Feito a lenda da mulher que chora a duras penas.
Sou um Calango que não tem medo do sol
Enfrento altas temperaturas de seixos a lajedos
Não quero outra coisa nem aprisionar tua liberdade
Venho roubar teu coração-vertente de amores
Não venho roubar teus sentimentos
Nem fazer para ti mil juramentos
De amor por toda a eternidade, não, isso não!
Vim colher um ramalhete das flores que plantei.
Se o espinho me ferir, ferido sangrarei feliz,
Por ter um coração que sempre amou.
Vim ocupar tua mente com meus versos simples,
Fazer-te sentir o que há de bom na nossa Várzea
Não estou aqui apenas de passagem, digo,
Que fosse, mas não te faria sofrer nenhum desgosto.
Eu te faço canções, escrevo poemas assim
Muitas vezes sem rima, palavras suaves
Que cantam dizendo que te amo, Várzea,
A fim de que percebas de uma vez por todas,
Que estou deveras dominado, não apenas ofuscado.
És minha dona, estou algemado sem algemas
Vim roubar e fui roubado, na margem do açude
Menino solto na vargem a driblar a bola da vida
Mas não estou ferido, tristonho ou cabisbaixo
Apenas arrodeado de beleza e simplicidade.
Nunca serei pobre coitado, nem me escapulir de ti
Sem deixar sequer um recado:
Fui para longe de ti, minha Várzea,
mas nunca arredei meu coração
deste abençoado solo de São Pedro Apóstolo.
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adoro sua poesia que não cansa a gente de ler essa maravilha que vc escreve. Tá todo mundo lendo sua poesia aqui em São Paulo, tudo que é varzeano que mora aqui se encanta com sua obra magnífica. Parabéns, poeta de Várzea! Amamos você! Continue a nos presentear com seus textos de lavar a alma da gente, e matar um pouco das nossas saudades de Várzea. Abraços. Socorro Pereira e família, direto de Sampa.
ResponderExcluirESSE POETA DE VÁRZEA TEVE UMA INFÂNCIA FELIZ, INVEJÁVEL, CRIADO NA NATUREZA, TOMANDO BANHO DE RIO, CHUPANDO MANGA CAÍDA DO PÉ, QUE COISA INCRÍVEL A SUA VIDA, REALMENTE É UMA DELÍCIA LER SUA POESIA QUE TANTO NOS ENCANTA, CADA DIA CADA VEZ MAIS. ESSE BLOG VNT ESTÁ DE PARABÉNS PELA LISURA E ARTIGOS TÃO BONS E SELECIONADOS A DEDO, COMO ESSA POESIA DE ENCHER A ALMA DE QQ SER VIVENTE, NÃO APENAS A DOS VARZEANOS, QUEM LÊ SE APAIXONA, COM CERTEZA PELA POESIA DESSE ESCRITOR JOÃO LUDUGERO. VÁRZEA ESTÁ COM TUDO E ESTÁ PROSA! DIGO POESIA!
ResponderExcluirABRAÇOS. DR. CLÁUDIO FELINTO ALMEIDA - NATAL - RN. (PROFESSOR DE LITERATURA E LÍNGUAS, FORMADO PELA UFPE).