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VÁRZEA, MEU VAPOR VITAL!

autor: João Ludugero 


o alpendre, o casarão do Vapor,
a roça, o pátio, o terreiro,
o riacho, o tabuleiro, a coivara
o plantio de feijão, de maxixe,
de milho, de algodão,
de alho, pimenta e cravo,
e o arrebol da cor do favo 

de mel pacatos riachos
 

que beleza é a minha Várzea
desde os tempos dourados da infância

desde Seu Zé Catolé 
aos  tempos do Seu Zuquinha,
de renovadas esperanças
e maravilhosas penas de pavão

que gostoso o banho de açude,

que maravilha a pescaria no rio
o refresco de cajá da dona Lourdes
doce de jaca, cocada, batata-doce 

e macaxeira frita na manteiga de garrafa...
tanta flor de hibisco dobrada 
limão, garapa e limonada
canapu da cor de chumbo,
melancia, jatobá,
melão caetano, juá
e outros frutos docinhos,
que se achavam nos caminhos,
que se enfeitavam de cores 

e flores de marmeleiros 
e flores de mulungu
 

ali na beira do Joca
onde nasce o ingazeiro
onde se pescava piaba e aratanhas
fosse de landuá fosse de tarrafa,
na manha de cada manhã de ontem,
escutando os passarinhos...

e a pesca, cadê a pesca e o peixe
que estavam ali?
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João Maria Ludugero

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