GUERRA DAS MAMONAS
Autor: João Maria Ludugero
Sou filho da Várzea de José Lúcio Ribeiro.
Nela reencontro minhas raízes, o meu canto.
Celebro a vida, sou mais um filho da Vargem.
Lembro do meu berço, uma rede do mais puro algodão
que me esperava no alpendre de simples casa caiada,
onde habitava a felicidade.
E assim a gente aprendia a gostar da terra,
desde muito cedo, na convivência muito se aprendia,
desde a admirar a natureza a tomar banho de rio no Joca,
a nadar, a brincar na paz da guerra das mamonas.
Minha avó Dalila cultivava com amor, suor e afinco seu roçado.
Eu via tudo de perto, e muito aprendia no meu silêncio.
Meus cadernos me acompanhavam, sempre. Recordo-me
que ficava a estudar nas sombras dos juazeiros,
cultivando minhas primeiras letras. Plantio de sonhos.
E eu gostava de ver o passaredo a cantar,
enquanto o ar se enchia do agridoce olor da maniva,
dentre leirões de tantos outros cultivos de subsistência.
Eu era ainda pequeno, franzino, mas via de perto
aquela brilhante luz no espelho das águas,
das salobras águas dos riachos da minha Várzea,
a margear a roça, fertilizando o vale verde,
presságio de boas novas e fartura na Várzea,
terra do cheiro-verde, do viço das hortas fraternas,
dos samburás cheios de peixes,
da esperança de vida melhor,
das farinhadas e dos beijus,
da colheita da noção do repartir os frutos.
Já participei de muitas guerras assim, arremessando mamonas verdes... Que saudade da minha infância em Várzea. Morro de saudades daquele lugar, meu Deus! Abraços poeta. Vc é o cara, escrever coisas assim mata a gente do coração. Tudo de bom...Adorei.
ResponderExcluirArnaldo
Isso é que é ter o dom das palavras...traduz um momento muito bom e verdadeiro da vida interior de um lugar chamado Várzea. Caramba, vc é muito amado do povo varzeano, viu João? Gostaria de lhe dizer que sou sua fã, serei sua eterna fã.
ResponderExcluirRejane
LINDÍSSIMO!!! FICO SEM PALAVRAS PARA DIZER COMO GOSTO DOS SEUS TEXTOS. ABRAÇÃO,
ResponderExcluirSônia
Deu até vontade de tomar banho de rio... que maravilha!!! Te curto muito. Vc é um grande poeta. Sinto orgulho de te conhecer. Beijão,
ResponderExcluirLeinha
VÁRZEA É UMA CIDADE LINDA DEMAIS...CHEIA DE ENCANTO E POESIA. VALEU, VNT!!!
ResponderExcluirGERA.
Prezado Moço J. Ludogero, que trazes o dom de ser uma criatura formidável, poeta de muito lume, o bastane para aquecer a alma da gente e arrefecer a dor de uma saudade exposta... que ficou bem lá na infância de toda criança feliz.
ResponderExcluirToda paz e alegria em graças e boa vida ao poeta de Várzea no Brasil.
Joaquim Manuel de Oliveira Cintra,
o "Dodi", e sua Maria Pietra Abade, ambos de Algarves - Portugal.
Abraços aos montes a todo brasiliano e ao site VNT.