MULHERES DE BARRO
Autor: João Ludugero
Dona Zefinha e Dona Ana
de Manoel de Anísio
tinham mãos arteiras
que moldavam a argila
como artesãs do dia-a-dia.
Na lida dessa herança cultural
das mais antigas,
elas cavavam e retiravam o barro
ali no chão da minha Várzea;
pisavam no barro
para fazer arte sã
no modelar da sina,
com suor e alegria,
tirando da terra a forma
de vasos, jarras e tinas.
Os olhos enrugados
já não escondiam
as marcas do tempo;
as forças já eram poucas,
mas as louceiras de Várzea,
com suas mãos dinâmicas,
metiam a mão na massa,
digo no barro molhado,
bem mexido e remexido.
Essas senhoras de mãos cheias,
levantavam suas peças de cerâmica,
transformavam barro em louças,
alguidares, potes, bilhas
dentre outros utensílios
de barro cozido, de encomenda ou
pra vender na feira de Domingo.
Tudo isso era feito sob a medida
do olhar, com o escopo e o prazer
de sair bem feito o ofício,
cujas agentes, as famosas louceiras
de barro, trabalhavam a argila,
moldando objetivos vários,
modelando esperanças novas,
burilando a vida e o sonho
na forma das mãos,
no torno do artifício.
Aqui uma poesia das mais bonitas, tiradas da simplicidade do povo, numa mais que justa homenagem às louceiras, como intitulou o poeta João varzeano, "mulheres de barro". Achei o máximo. Poema admirável, muito bem feito, elaborado na forma do coração cheio de amor pela terra. Lindo, lindo!
ResponderExcluirAtt,
Núbia
Poema belo. Demais!!!
ResponderExcluirValeu VNT! esse blog é dez!
Jílio
Lindo,lindo, adorei sua poesia!
ResponderExcluirVejo que o poeta de Várzea está cada vez mais inspirado. Muito boa poesia. Vale a pena ler poema dessa categoria. Parabéns!
ResponderExcluirJansen - Natal