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DE RESTO













DE RESTO
Autor: João Maria Ludugero

Vida minha,
Uma coisa é certa:
Um dia se acenderá
O vazio do palco
Caindo o pano sobre nós,
E as palavras se encerrarão
Na poeira das horas,
Na cegueira provocada
Pelo tempo argueiro
Que não se prenderá
No vapor dos teus olhos,
Enquanto pássaros bocejarão
No ninho do verde juazeiro.
À beira do tempo, desnudo-me
E depois
O que será da solidão de nós dois?

De certo, já não pairam dúvidas:
Não haverá antes nem depois.
Reinará apenas um silêncio
Do que não vivemos, quiçá
Aberto na garrafa de náufrago,
E os perfumes tomarão conta do ar,
A exalar de pequeninos frascos
Os melhores aromas e lavandas
Que ecoarão pela Várzea a fora.
E estarão até no verniz da folha
Descolorida da lida,
Levada pelo rio até chegar
Ao seu destino derradeiro.
E, de sobra, nenhum arrependimento.
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João Maria Ludugero

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