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VÁRZEA, EU TE AMO!
















VÁRZEA, EU TE AMO!
Autor: João Maria Ludugero

Nos meus poemas eu esboço amiúde o que é ser varzeano, amontoando palavras e versos que retratam a paisagem onde esse homem que não mede esforços para lavrar a vida, para levar a vida com coragem, para viver a vida sem medo da sorte, fincou as forquilhas do seu destino.

Eu canto a vida miúda do homem sóbrio e seus dias de bem viver a vida, simplesmente. O varzeano é um homem arraigado à terra, ao seu sagrado rio Joca que fertiliza, que irriga o abençoado solo de São Pedro Apóstolo, ligado à sua roça, ao seu arado, ao seu roçado e aos bichos que lhe são parte: cabras, bois e borregos e outros mais.

Eu lanço meu olhar de poeta no cerne da minha Várzea. Lanço luzes sobre essas microvidas enraizadas na terra agreste, entre Itapacurás, Umbus e Maracujás, realçando a dimensão lírica de suas pequenas existências, mas não perdidas nos ariscos de água doce, riachos de mel, no espaço do Vapor e das casas de farinha, num tempo que procuro eternizar, sem deslocar suas vértices, suas arestas e Seixos, que realçá-los é, para mim, quase uma construção da memória, e digo, sem sombras de dúvida, minha poesia é a história viva da minha gente, da minha amada Várzea!

Minha poesia uma poesia que traz a saudade embutida nas entrelinhas, em frente e versos. São poemas que 'varzeanalizo', sem dramatizar a dor que carrego no peito. Ao contrário, dou relevo ao prosaico dessas vidas, em registros que não abandono de vista, mas aprimoro o sentido da urgência de prestar justa homenagem à minha querida gente, aos varzeanos que não se acomodam às agruras do dia a dia, mas persistem, a rir de si próprios. Eu sou um poeta que constrói uma paisagem verbal telúrica, digamos assim, em cuja capilaridade vão se corporificando as anônimas vivências de sua Várzea das Acácias, numa plasticidade sintática palatável. É interessante que me pego a engendrar a poesia, isto com quase que total domínio da minha arte, sem nenhuma soberba, do que sinto orgulho, modestamente falando, estampando o ontem e o hoje varzeanos, sem datá-los, e até dando vida a ilustres e anônimos pioneiros varzeanos que já se foram morar em outra seara, num plano mais elevado.

Eu brinco com as palavras. Eu vou tangendo as palavras, eu vou tingindo os sonhos, além do preto e branco, elas se amontoam em versos simples e formam, digamos assim, um comboio de palavras substantivas, que se alistam ao meu discurso poético, tais como: rios, riachos, açudes, sangradouros, vargem, verdes, vertentes, bois, coqueiros, cabras, carneiros, juncos, roças, roçados, milharal, algodão, cacimbas, arados, vapor, seixos, pássaros, retiros, paralelepípedos, ruas e becos, cultura, fé e Amor, formando uma tessitura de encantamento sem jamais cair no lirismo vazio ou decorativo. Porque Várzea é como um tapete florido, colorido, fertilizado pela lágrima da saudade, pela lágrima da alegria que irriga corações, os de perto e os de longe, país afora.

Ainda quero esclarecer aqui que a minha poesia é algo que brota do que sinto e do que vejo, e enxergo, algo, para mim, de maior valia, sem dúvida há na minha poética concisão e sobriedade, mas nunca secura. Eu não sei ser seco, procuro achar um oásis a abrandar a aridez da minha poesia. Mais que isso, há um determinado frescor de aridez com cacimbas e açudes que sangram, de cheios, de Amor e de Saudade, vertentes de uma dor que ri e que chora, mas que não é morna, mas verdadeira, que não finge, que toma forma na voz deste humilde escritor varzeano, que ora lhes redige este texto e que um dia, não tarde, ou que seja, antes tarde do que nunca, o país poderá se dar ao luxo de conhecê-lo. Mera pretensão a minha, mas ainda acredito na força das minhas palavras. Ainda acredito na força que advém da poesia. Sou apenas um simples e humilde poeta. Sou um homem de muita sorte, sou varzeano, e tenho muito orgulho disso!

Eu Amo muito a minha Cidade da Cultura, da Felicidade, da Fé e do Amor.
Feliz Cidade, Várzea,
Eu te Amo!
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João Maria Ludugero

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