ETERNAS LEMBRANÇAS
DO VAPOR DE ZUQUINHA
Autor: João Maria Ludugero
Sem contar com a plantação de sisal que dá fibras,
Tudo bem cuidado pelas mãos de dona Lourdes e sua família,
Que se encarregavam de deixar aquele velho casarão mais formoso,
Com seus vasos de telhas acimentadas, canteiros
Todos cheios de flores à sombra das algarobeiras,
Dos pés de cajá e frondosas mangueiras.
Ela regava tudo com água armazenada
Da chuva, água de cisterna.
O Vapor tinha uma casa de farinha.
As descascadeiras de mandioca ensaiavam cantigas
Que faziam o tempo ser sentido,
Sem cair no vazio, noite a dentro,
Além do cantar do galo a anunciar ávido
Que a barra do dia prenunciava uma nova manhã
Com flores de limão e laranjeira pelo chão,
A enfeitar nossos caminhos de natureza viva.
Sem cair no vazio, noite a dentro,
Além do cantar do galo a anunciar ávido
Que a barra do dia prenunciava uma nova manhã
Com flores de limão e laranjeira pelo chão,
A enfeitar nossos caminhos de natureza viva.
Aquele lugar cheio de mistério não cansava aquela gente,
Que insistia em cantar, a fazer o trabalho, a farinhada.
Como algo sagrado, a encher a alma de calor, de aroma
De tapiocas de coco, de beijus
E grudes em folhas de bananeira.
E grudes em folhas de bananeira.
Do alpendre, a gente podia sentir o tempo...
Mas como sentir o tempo?
Mediante seus cheiros, suas cores,
Seus vapores, seus fumos, seus ruídos.
Seus vapores, seus fumos, seus ruídos.
Tudo permeado pelo verdes juazeiros
A testemunhar o canto solene de passarinhos,
Pintassilgos, bem-te-vis e galos-de-campina,
Sem esquecer dos canários-de-chão e outros bichos.
Que maravilha! Que encanto de lugar.
O tempo apaga quase tudo. Sabia?
Mas a fazenda do Vapor continua lá.
Dá para sentir o tempo e seus vapores.
Seus cheiros, seus sabores e suas lendas.
Vapor vigilante e a cidade à frente, um lugar.
Um lugar para não esquecer chamado Várzea.
Uma saudade e seus resíduos.
Pernoite na casa-de-farinha,
Dali se podia ver o carro encantado, ao longe e perto,
Aparecendo e desaparecendo, assombração e encanto.
Tempos vividos dali do alpendre.
E uma saudade assim, tão imensa
que se adensa no peito da gente,
Fazendo pó, polvilho, goma e farinhas.
Apertando a massa da mandioca, a prensa
O tempo dava mesmo para ser sentido.
Tecido, guardado no coração
Tempo: manipueiras e cinzas ao vento.
Todo o esplendor de uma poesia que nos delicia o espírito, adocica a vida da gente, dá gosto ler seus textos e viajar a Várzea, através de sua literatura harmoniosa, admirável e tão simples. Que poesia maravilhosa!!! Amo seus textos de paixão, com a alma, releio e guardo tudo como uma relíquia! Realmente você, caro poeta João Maria, com toda modéstia, tem o dom de nos emocionar, de nos fazer sentir orgulho da nossa cidade de Várzea. Obrigada, por tudo isso que você nos proporciona todos os dias. Sua póesia é encantadora, é canto, é reza, é alegria para amenizar as agruras dessa vida. Adoro você, poeta! Você é muito lindo de viver! Super abraço e um mihão de amigos que te amam mundo afora...Sucesso, hoje e sempre! Parabéns, por sua poesia maravilhosa!
ResponderExcluirAtt,
Eliane
Até de ruínas ele encontra um modo de encantar a gente com sua literatura sensacional. Adoro sua poesia fascinante, aconhegante, maravilhosa!
ResponderExcluirhiper beijo.
Sônia
Admirável. Voto nele! Pro que se candidatar, voto nele. Pena que ele não quer se meter na política, mas se quisesse teria muito voto. Conheço muita gente que votaria nele, ele agrega gregos e troianos, é um ser humano admirável e querido demais por tanta gente. Parece que dona Maria e seu Odilon passaram açúcar nele. É uma criatura doce, destemido e intelectualmente uma mina de sabedoria e ética. Conhecer João Maria é uma graça de Deus, pois tá aí um ser humano DEZ!!!!
ResponderExcluirAbraços,
Zezé
Queria poder te oferecer um banquete, te ofertar presentes, te homenagear com possíveis dádivas, mas tudo soaria pouco ou pequeno para saudar este poeta que marcou e marcará para sempre a história da nossa terra varzeana. Sua poesia é um marco histórico e de imenso valor para entendermos um pouco da nossa Várzea de ontem e de hoje. É ler sua literatura e amar ainda mais esta terra, longe e perto. Os ausentes desde sempre lhe agradecem deveras pelo serviço que ora prestas divulgando nossa cultura e enaltecendo nossa Várzea e sua gente. És um grande poeta e Várzea está e será eternamente orgulhosa por esse feito. Isso só nos dá muito orgulho e nos envaidece: ser varzeano é hoje objeto de textos que correm o país e o mundo. Você, João Maria, muito tem feito para que isso seja hoje uma realidade. Continue seu trabalho e nunca esqueça suas origens. Várzea te agradece, Várzea te ama! Viva o poeta João Maria Ludugero. Nosso maior orgulho! Geraldo Tavares
ResponderExcluirDiante dos comentários acima, não sei mais o que dizer...Este cara é o cara!
ResponderExcluirVOTO NELE. VOTO NELE. VOTO NELE!
ResponderExcluirMUITA GENTE VOTA NELE. PODES CRER! ESSE CARA É O CARA... MUITO QUERIDO DO POVO, DE TODOS VARZEANOS. COM MUITO ORGULHO, VOTARIA NELE PARA QUALQUER CARGO... VENHA JOÃO MARIA, VENHA NOS REPRESENTAR, VENHA PARA SUA VÁRZEA, O POVO TE QUER POR PERTO! PORQUE VC NÃO VEM? VC É NOSSO FILHO MAIS QUERIDO. TENHO MUITOS VOTOS PRA TE DAR. QUER APOSTAR? VC É UM SER VITORIOSO. GRANDE POETA, GRANDE PERSONALIDADE. ADORO SUA LITERATURA. ABRAÇOS,
ARNALDO
Gente, o João Maria merece tudo, acho que ele não quer nada com a política daqui. Se quisesse, já teria nosso voto. Mas ele está muito bem em Brasília. Acho que é isso. Mas a opinião dele é muito aceita em Várzea. Sempre achei isso. Abraço, Cláudia
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