Nas areias do rio raso
Da minha terra agrestina.
O rio Joca é assim, simples e bonito,
De água salobra a banhar a Várzea,
A receber outros efêmeros riachos,
Leito de esperanças novas, ávidas,
Feito Vapor na tarde amena,
Lágrima corrente de cacimba,
Potes nas cabeças, rodilhas de pano,
Ladeira abaixo, ladeira acima
Nas ribanceiras encardidas da lida.
Observo lavadeiras de sonhos possíveis,
Entre lençóis, pedras de anil
E cândidos cheiros de Omo.
A quebrar a barra que nos horizonta,
Vem o sol a corar o varal das roupas
Coloridas nas bolas de sabão, no dia-após-dia,
Alvejadas, clareadas ou coloridas,
Quiçá, investidas nas prendas da imaginação.
E conto mais, que por ali, sem pressa,
Sempre passa um magote de moças
Quase toda manhãzinha, radiantes,
Enfileiradas pelo caminho do rio
Como que a rezar com suas cantigas,
De saias rodadas de chita
E outras cirandas nativas
Com as trouxas na cabeça,
Elas se esquecem dos pesares,
Que já não pesam no cocuruto,
Porque maior são suas belezas.
Tão simples, na beira da cacimba,
Elas se desnudam a lavar a alma de flores
Feito ninfas a tomar banho de cuia.
Eu, menino danado de curioso,
Me pego logo a espiar, afoito,
Vejo minha cara estampada
No espelho d'água azulzinha,
'Quilareio' minhas ideias
Naquelas águas vertentes,
Soro equilibrado entre o doce e sal,
Pego logo a desejar, e dou de cara
Com a face feliz deste cara. Ih, caralho!
Num é que ele também aprendeu a chorar.
Mas é de tamanha felicidade, é claro!
É que, de repente, meus olhos d'água
Se juntam aos teus marejados,
Debulhados em lágrimas hialinas.
Daí, ver-se formar, logo adiante,
Um rio a fertilizar sonhos acordados
Que brotam de dentro da gente, do interior
De outros olhares afluentes e se derramam
Na limpidez das águas calmas varzeanas
Que jorram dos teus olhos cristalinos.
Da minha terra agrestina.
O rio Joca é assim, simples e bonito,
De água salobra a banhar a Várzea,
A receber outros efêmeros riachos,
Leito de esperanças novas, ávidas,
Feito Vapor na tarde amena,
Lágrima corrente de cacimba,
Potes nas cabeças, rodilhas de pano,
Ladeira abaixo, ladeira acima
Nas ribanceiras encardidas da lida.
Observo lavadeiras de sonhos possíveis,
Entre lençóis, pedras de anil
E cândidos cheiros de Omo.
A quebrar a barra que nos horizonta,
Vem o sol a corar o varal das roupas
Coloridas nas bolas de sabão, no dia-após-dia,
Alvejadas, clareadas ou coloridas,
Quiçá, investidas nas prendas da imaginação.
E conto mais, que por ali, sem pressa,
Sempre passa um magote de moças
Quase toda manhãzinha, radiantes,
Enfileiradas pelo caminho do rio
Como que a rezar com suas cantigas,
De saias rodadas de chita
E outras cirandas nativas
Com as trouxas na cabeça,
Elas se esquecem dos pesares,
Que já não pesam no cocuruto,
Porque maior são suas belezas.
Tão simples, na beira da cacimba,
Elas se desnudam a lavar a alma de flores
Feito ninfas a tomar banho de cuia.
Eu, menino danado de curioso,
Me pego logo a espiar, afoito,
Vejo minha cara estampada
No espelho d'água azulzinha,
'Quilareio' minhas ideias
Naquelas águas vertentes,
Soro equilibrado entre o doce e sal,
Pego logo a desejar, e dou de cara
Com a face feliz deste cara. Ih, caralho!
Num é que ele também aprendeu a chorar.
Mas é de tamanha felicidade, é claro!
É que, de repente, meus olhos d'água
Se juntam aos teus marejados,
Debulhados em lágrimas hialinas.
Daí, ver-se formar, logo adiante,
Um rio a fertilizar sonhos acordados
Que brotam de dentro da gente, do interior
De outros olhares afluentes e se derramam
Na limpidez das águas calmas varzeanas
Que jorram dos teus olhos cristalinos.
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