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SONHAR COM JABUTICABAS (O POMAR DE JULIETA)
















SONHAR COM JABUTICABAS (O POMAR DE JULIETA)
Autor: João Maria Ludugero

Teu olhar me sorriu
Me jogou estrelas no rosto
Até agora posso lê-las
Na tarde lilás tão bonita
Que o sol teceu no céu,
Na imensidão de nuvens de algodão
Entre outros bichos do poente
E os que desenhei na boca
Do crepúsculo até o anoitecer 
Só pra afastar minha insônia,
Agarrado aos teus sonhos e tranças
Só pra dar rasteira em quaisquer medos
E arregaçar as mangas ao descanso. 
Tanto assim que agora dormi embalado
Pelo doce encanto de estar deitado
Numa rede no alpendre lá na minha Várzea, 
A chupar uma bacia de mangas
E tecer ideais nesse instante longe
Como se fosse possível, de súbito,

Ser arremessado nessa magia...
E não é que fecho os olhos, por um momento,
E logo adormeço a tecer este simples poema.
Empolgado, passo a trepar na velha mangueira
E acordar na velha infância
Como quem viaja ao interior,

A degustar fatias de bolo de fubá,
Com recheio de goiabada cascão

E outras iguarias de dar água na boca,
A me lambuzar no mel do Itapacurá, 
Extraído na colmeia do quintal
Da casa de dona Julieta, vó de Edileuza,
Entre as jabuticabas e as pitombeiras,
Admirando as fotografias em preto e branco
Mas que pulam coloridas para meu espanto,

Como se as imagens saíssem da moldura
Que a poesia me levou a sonhar
Para o meio da sala de estar 
Acordado nesse pomar de lembranças.
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João Maria Ludugero

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