
POEMA BESTA
Autor: João Maria Ludugero
Eu sigo domando
Meus bichos
Pela Vargem à fora,
Enquanto a noite chega
E, do fundo do açude,
Estrelas fixas
Decidem ir embora.
Na cadência de alguma
Ainda tenho tempo
De soletrar meus três pedidos,
Sem temer às verrugas
Que apontam em meus joelhos.
E a vida passante me encanta
Ao contar estrelas
Até chegar aos Seixos,
Onde caminha a tal burrinha
Da possante felicidade.
Arre, égua, Menino!
Não vês que a potra alegria
Está doida para empacar
Ou desembestar pelas sendas,
Sem arreios nem desesperar,
Doida pra se espojar
Pelo chão do agreste,
Fazendo-me vir a desatar
Essa alegria incontida
Ao fazer este poema simples
Não quero outra vida.
Essas palavras secas
E sem rédeas me ditam
O rumo dos vertentes ariscos
De água-doce.
E lá vou eu sorrindo à toa,
Sem esquentar a cuca,
Sem me 'pre-ocupar'
Com outras besteiras,
Vou-me levando dia-após-dia
De cabeça erguida, contente,
Empertigada mente,
Fazendo valer minha
Santa paciência.
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