Autor: João Maria Ludugero
Sossego e delícia
Da vida varzeana...
Seis horas em ponto
Ave-Maria!
Bate o sino de São Pedro
Anunciando a hora do angelus.
O jantar está na mesa;
Sossego e delícia
Da vida varzeana...
Seis horas em ponto
Ave-Maria!
Bate o sino de São Pedro
Anunciando a hora do angelus.
O jantar está na mesa;
Na cozinha, o fogo em labaredas
Atiça a fome e a alegria chega
Em bolo preto, cuscuz, queijo de coalho,
Beiju, tapioca de coco, batata-doce,
Farofa d'água com cebola roxa,
Carne de sol assada na brasa.
O fogo na lenha do fogão é mais bonito:
Sempre gostei de acender o fogo.
Carece estar-se atento para fazer o fogo pegar,
Paciência e cautela para a chama não se apagar.
É preciso colocar a acha suplementar,
As rachas, os cavacos do tamanho certo,
Os gravetos no lugar certo.
Quem acende o fogo do fogão de lenha
Tem de ser também um bom atiçador -
Lembro-me que a minha avó Dalila dependurava
Cascas de laranja secas, para acender o fogo -
É necessário abanar as cinzas, descobrir as brasas.
Que beleza é ver o bule de café,
O vapor da chaleira em ebulição,
Lenha crepitando no fogo, o cheiro bom da fumaça
E tudo tem mais sabor, mais temperança.
Café bem quentinho passado no coador de pano,
Adoçado com açúcar mascavo.
Chá de erva-cidreira ou capim-santo.
Conversa tranquila, rede na varanda,
Vizinhos sentados na calçada em comunhão,
A gente a esticar a alma na cadeira de balanço.
Entre um cochilo e outro,
Atiça a fome e a alegria chega
Em bolo preto, cuscuz, queijo de coalho,
Beiju, tapioca de coco, batata-doce,
Farofa d'água com cebola roxa,
Carne de sol assada na brasa.
O fogo na lenha do fogão é mais bonito:
Sempre gostei de acender o fogo.
Carece estar-se atento para fazer o fogo pegar,
Paciência e cautela para a chama não se apagar.
É preciso colocar a acha suplementar,
As rachas, os cavacos do tamanho certo,
Os gravetos no lugar certo.
Quem acende o fogo do fogão de lenha
Tem de ser também um bom atiçador -
Lembro-me que a minha avó Dalila dependurava
Cascas de laranja secas, para acender o fogo -
É necessário abanar as cinzas, descobrir as brasas.
Que beleza é ver o bule de café,
O vapor da chaleira em ebulição,
Lenha crepitando no fogo, o cheiro bom da fumaça
E tudo tem mais sabor, mais temperança.
Café bem quentinho passado no coador de pano,
Adoçado com açúcar mascavo.
Chá de erva-cidreira ou capim-santo.
Conversa tranquila, rede na varanda,
Vizinhos sentados na calçada em comunhão,
A gente a esticar a alma na cadeira de balanço.
Entre um cochilo e outro,
Um dedo de prosa.
Sossego e delícia
Da vida varzeana...
Isso é onírico, isso é poesia.
Isto são coisas de um sonhador acordado.
Se isto me falta, não me acho,
Sossego e delícia
Da vida varzeana...
Isso é onírico, isso é poesia.
Isto são coisas de um sonhador acordado.
Se isto me falta, não me acho,
Choro, com certeza!
Como não gostar da sua poesia assim tão varzeana? Me diga! És único no teu jeito de escrever, ao falar das coisas da tua amada terrinha, tua Várzea amada! Parabéns!
ResponderExcluirAdorei teu poema. Lindo demais!
Abraço carinhoso,
Apoena De Laurentis Braga
Professor - Natal-RN.