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VARZEANIDADES

Autor: João Maria Ludugero

Estou a léguas e léguas
Longe do meu lugar,
Longe da minha Várzea
Que fica tão perto do coração
Quando me deixo viajar pela tarde
Evolado pelos ares da minha terra.
Ele vai lá para as bandas
Do Vapor de Zuquinha
Que fica lá do outro lado do rio.

Eu sigo o curso do rio até o Vapor.
Eu conheço essas águas, de cor
O rio conhece o caminho.
Atravesso reverdecido, de alma lavada, 

Após me banhar no poço de Nozinho.
E prossigo maravilhado
Com a natureza do lugar.
São tantos en/cantos em cantiga
De curiós, sabiás, pintassilgos.
São canários-de-chão, papas-capim,
Galos-de-campina e azulões
E assim se expande a beleza por diante.
Adianto o passo contente 
Da vida a me levar
Pelas estradinhas de chão,
Até chegar na casa de farinha
E nas ruínas do casarão
Onde ainda florescem fedegosos
Na beira do curral
Junto ao velho flamboyant,
Que ainda continua de pé,
Imponente e frondosa árvore
Como se estivesse de braços abertos
A abraçar a tarde amena
Tendo a lua como testemunha,
Dia-após-dia a nos abrir o céu
Alumiando o chão do agreste verde,
Que faz meu coração varzeano
Se ascender pela trilhas
Do Vapor a dentro,
A pegar carona sem medo
No carro encantado
Que desaparece rumo às estrelas,
Achando que a lua
É um dos seus faróis.
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João Maria Ludugero

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