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VARZEANICE

Autor: João Maria Ludugero

Meu ofício
É fugir do ócio
É fazer mais ponte 
Do que cerca.
É escavar buraco, 
Aprumar estacas,
Esticar arames 
Com pé-de-cabra, 
Reabrir portas,
Acerca de novas esperanças,
Escancarando porteiras
E cancelas
Que chegam à minha Várzea.
Destravar janelas
Sob os cascos do tempo
Para o entrar-e-sair da luz,
Esticar a alma no varal 

No curtume, desfalecer.
Na rua da matança, sobreviver,

Encharcar a carne
Sob o sol amar/elo,
Trazer o sal iodado aos ossos
Para encarnar amores insossos
E lenços para secar o suor
E as lágrimas do teu rosto  
Ao tirar meu coração da cruz.
Pregar grampo no mourão,
Mergulhar fundo no Retiro,
Tanger meu gado a beber água
Lá no açude do Calango,
Só pra matar a sede da saudade.
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João Maria Ludugero

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