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RECOMEÇO, por João Maria Ludugero


Outros ventos virão, 
outras trilhas, outros verões
e quantos olhares primaveris
 já perfumei espaços afora,
em quantas folhas perdi a cor
e noutras me fotossintetizei reverdecido.
Muitos sóis já fiz morrer nesta vida,
depois de muitas luas.
E renasço sempre noutro amor, 
nas cores de outra aurora.
Diversos corpos já enterrei, dentro de mim.
Habitei outras peles 
em carne e osso, escorei-me.
Encostado nasci de novo, com gozo
oriundo do próprio sangue, do sal do solo
das cinzas e dos véus 
das mortalhas da noite,
num outro eu, a cada morte 
revigorado, sobrevivi.
Contudo, esse outro eu, 
talvez seja o mesmo, 
recém-saído da penumbra, 
encarnado sem retoques,
afoito feito vela de acender, esperança porvir,
veleiro em flor a atravessar braço de mar,
achada garrafa de náufrago com mapa, 
croqui de um bem-querer de novo amar. 
Ainda sou embocadura, 
sou rio a lapidar 
pedras, perdas necessárias 
na bateia da lida...
Assim posso ser eu, 
brilho de diamante, de certo
amante do dia, 
vela aberta na mente, 
mar adentro...
Até dobrar o cabo 
das tormentas, e consigo.

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João Maria Ludugero

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