Com avidez,
sei que posso tecer
um poema
assim num cantinho
com acordes
de astros
enamorado das letras
como quem abre a claridade
para ouvir as palavras por mim sentidas,
advindas dos clarões de baunilha
que recendem da tua boca
na tua voz rouca a descrever as coisas,
assim como quem entrega a alma
a se atirar corpo-a-corpo
num latejar de ânsia febril
onde o desejo se inflama, consentido,
onde o beijo bebe com volúpia,
soletrando sílabas sensuais
em rimas de balbuciadas metáforas
no encontro de lábios ardentes
percorrendo poros palpitantes,
A rasgar com encanto a verve
do que não estava escrito
E num afoito jogo de línguas
passo a afagar a pele suada com fulgor,
na incessante busca
de quem se perde nos labirintos
de frente e verso, de ponta à cabeça,
numa paixão infinita, quase profana,
no intuito de atingir, por um átimo de tempo,
a vertente veia do clímax, sem esquivos,
mesmo que seja no ditoso orgasmo
de um ávido e penetrante verbo.
Porque eu posso tecer um poema
com amor, dado que não me falta tempo,
posto que para a vida
tenho o amor que me basta.
Daqui posso tecer seu porvir em versos,
a partir do poema que traço.
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