eu tenho pressa de chegar, aonde?
eu não tenho nome próprio, trago codinome
a título de empréstimo à rua perambulo
estou em qualquer lugar à-toa
em qualquer garganta entoo silêncio e grito,
falo em ti profundo a me expiar,
só calo se em tua boca me engasgar
enrosco-me a salivar incômodos venenos
no sorriso profano, escancarado
enquanto o orbe se vira a desandar
gira sem siso nem norte nem lado
a carregar ao futuro assombrações,
a carregar ao futuro assombrações,
na fúria de pecar até cair o juízo e o pano
em cada passo em falso a circular,
a encarnar a alma imortal que pena
levada ao cadafalso 'pari passu'
pelas quatro bocas da lida
ao açoite dos ventos tiranos
estampados nas faces anônimas
que se transfiguram noutras caras,
máscaras que riscam o concreto armado
da multidão que atravessa solitária
numa esquina de um lugar qualquer
e assim conduzem a procissão de marionetes,
um a um em andanças, andores e nichos
e até se esquecem de que estão só de passagem
a cultuar seus santos advindos do barro.
a cultuar seus santos advindos do barro.
Ora são transeuntes, aqueles que dentro de nós
ainda se autoflagelam cordatos, sentenciados,
que gritam, cantam e sonham a sós,
apesar de trazerem a língua presa
ao que está escrito no ranço das celas
das encardidas tábuas de outrora,
quando muitos ainda têm fome de verbo,
mas se acomodam ao baile das máscaras.
quando muitos ainda têm fome de verbo,
mas se acomodam ao baile das máscaras.
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