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CASCA-GROSSA, por João Maria Ludugero


Abertamente confesso:
quando me desnudo
eu sou eu mesmo
sem alarde,
descasco o verbo,
arranco as folhas 
do que seja imposto,
com a barba de molho,
não me ocupo em dar a outra face,
dispo-me de pensares alheios
Observo meu eu, atento,
à torta e à direita,
de todos os lados
de frente e verso
de banda e de bunda
revelo para o mundo inteiro,
reviro a página, de súbito,
da vergonha que não tenho
de ficar nu, exposto
de cabo a rabo,
despido de medos e tédios,
e me enxergo assim arteiro
em momento cabotino, sim,
e até que me vejo bonito, em pelo,
confiante no meu próprio espelho
eu faço minha história, de fato, 
e hoje digo sem titubear
aos bobos da corte, de plantão:
Há tempos guardei 
minha timidez na sacola.
E a poesia que ora me arde em ávida chama
é que me pega assim bem apanhado,
a coragem que aprendi na escola da lida,
a que me instiga a cuspir na cara 
de quem queira só me ver pelas costas.
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João Maria Ludugero

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