quando me desnudo
eu sou eu mesmo
sem alarde,
descasco o verbo,
arranco as folhas
do que seja imposto,
com a barba de molho,
com a barba de molho,
não me ocupo em dar a outra face,
dispo-me de pensares alheios
Observo meu eu, atento,
à torta e à direita,
de todos os lados
de frente e verso
de banda e de bunda
revelo para o mundo inteiro,
reviro a página, de súbito,
da vergonha que não tenho
de ficar nu, exposto
de cabo a rabo,
de cabo a rabo,
despido de medos e tédios,
e me enxergo assim arteiro
em momento cabotino, sim,
e até que me vejo bonito, em pelo,
confiante no meu próprio espelho
eu faço minha história, de fato,
e hoje digo sem titubear
e hoje digo sem titubear
aos bobos da corte, de plantão:
Há tempos guardei
minha timidez na sacola.
E a poesia que ora me arde em ávida chama
é que me pega assim bem apanhado,
a coragem que aprendi na escola da lida,
a que me instiga a cuspir na cara
é que me pega assim bem apanhado,
a coragem que aprendi na escola da lida,
a que me instiga a cuspir na cara
de quem queira só me ver pelas costas.
Post A Comment:
0 comments:
OS COMENTÁRIOS POSTADOS AQUI SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR DO COMENTÁRIO.
PARA FAZER COMENTÁRIOS NO VNT:
Respeitar o outro, não conter insultos, agressões, ofensas e baixarias, caso contrário não serão aceitos.
Não usar nomes de terceiros para emitir opiniões, o uso indevido configura crime de falsidade ideológica.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.