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REVEL, por João Maria Ludugero


Eu trago no peito
um coração desvairado
que  não mede as consequências,
faz pouco caso de ordens 
ou acata conselhos.
À revelia, me usa ao bel-prazer 
e abusa de autoridade.
Entrementes, nesse compasso,
sem apresentar defesa a tempo,
acabo sempre por sofrer sentença
que não transita em julgado. E a sanção,
mesmo que seja em regime fechado, 
presto-me a cumpri-la à risca, resignado,
uma vez que não tenho alternativa.
O remédio é perpetuar a tela,
entretido em cores vivas e pincéis.
E assim aliado ao voo que liberta 
 - vou pintando palavra por palavra,
sem exasperação das penas
entre-tecidas na remição 
da poesia que invento,  
leve, livre e solta, dia-após-dia,
perante as paredes brancas,
onde esboço horizontes azuis
a partir de janelas sem trancas, 
recriando espaço que se expande 
e preenche o vão do meu corpo  
ao sugerir outras lidas,
só para desentristecer 
no cabimento da cela
que não segrega o amor
traçado em detrimento  
do meu coração de tintas.
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João Maria Ludugero

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