O menino descava palavras
escava o que escreve,
cascavilha,
cria aves,
cria credos
cria asas
cria vento
cria canto,
cria tanto
que sai por aí,
sem medos, à toa,
a cantar, avoante
a pensar, a sentir
adiante a voltar a crer
no que inventa
criatura
criadeira,
esse moleque traquinas
de pelos nas ventas,
vive no pique do sol a pino
e ainda tem fôlego
de tanger a lua.
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