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O DEDO DE DEUS, por João Maria Ludugero

Eu gosto de cheiro de mato,
de ver de perto o mato crescer
faz um bem danado escutar 
essa coisa solta tão natural
de se deixar levar pelo vento;
sentir a brisa tocar os pelos
da venta, passar a mão  
em volta das barbas de Deus, 
inspirar-se na ideia de dançar
com Deus, na paisagem
sentir essa força ventilar
reinventando-se cria, de passagem
cria aturando-se paciente
na impermanência de ser 
molde de Deus, desenhado
e assinado com as digitais dele.
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João Maria Ludugero

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