Que rei sou eu?
Eu que bem me vi beijando ao léu,
Bem que eu quis de flor em flor
Chegar à flor da tua pele.
Estive a ser rei dos colibris,
Pegador de toda flor, insaciável,
Bem apanhado me peguei só,
Mesmo obtendo orgasmos múltiplos.
Perdi-me à-toa, assim rasante
No meio do voo encantado,
Sequer te ouvi dizer adeus.
Ganhaste a imensidão do azul do céu,
Ao passo em que fiquei com a terra nua
A ver cavalos nas nuvens e outros bichos.
Mas fazer o que da paisagem aberta,
Levar grãos de pólen e mel para quem?
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